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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

SOLUÇÃO RÁPIDA E EFICIENTE



Recebo hoje mensagem de amigos aterrorizados com a falta de escrúpulos do baiano Jutahy Magalhães. Quem nunca viu a cara desse deputado pode vê-la no goglle; e só por ela tirar as devidas conclusões. Esse sujeito é autor do relevante  projeto  de blindagem da escória política: o Ministério Público fica proibido de investigar atos de corrupção no Parlamento  e no Poder Executivo (!!!). Projeto assim formoso, se aprovado, seria imediata e sofregamente sancionado pela presidência da República.
Na verdade, o projeto não é novo, embora não tão velho quanto a oligarquia gosmenta que infesta o reino do Senhor do Bonfim. A Bahia, como os demais estados da federação, é terra de muita gente boa, mas também de meliantes sortidos - daqueles tipo  passa-fome, e daqueloutros,  bandoleiros engravatados com dinheiro no banco. No primeiro grupo, se alinham aqueles que, no mais das vezes, são frutos da miséria; no segundo se juntam, invariavelmete,  os safados por vocação, que já nascem canalhas por índole; muitos deles estão na... política. O ponto de convergência entre os dois grupamentos é que ambos vivem à margem da decência.
Na Bahia, portanto, como noutros lugares, não faltaria indivíduo do segundo grupo, aquela gente que a Polícia, nas resenhas criminais, costuma chamar de “elemento” – aliás, bela expressão: “o elemento foi detido pela patrulha quando praticava o assalto... etc.” . Ah, que bom seria se os todos os meliantes fossem detidos na execução  do malfeito ! Infelizmente não é assim, desde que o mundo é mundo; desde o tempo dos Evangelhos: “em verdade vos digo que daquele que menos tem mais será exigido” – arranjo de clamorosa injustiça, mas usual. A propósito, esse arranjo não foi enaltecido por Cristo: ele apenas sabia, e advertia, que o mundo sempre foi assim e assim seria até a consumação dos tempos. O Senhor do Bonfim sabia das coisas.        
De fato, dos vagabundos do primeiro grupo se exige muito; não é fácil da vida deles: tocaias, atenção constante, medo da polícia, stress, revides, carga excessiva de adrenalina, porradas, boa  possibilidade de morte, camburão, prisão a qualquer momento em celas imundas, os estupradores que nelas moram, coisas assim. Quanto aos tralhas do segundo grupo, destes nada se exige além da canalhice; basta ter a cabeça imunda e um pouco de coragem; não muita, porque eles contam com a imundície do próprio sistema, que os resguarda com as porcas blindagens de sempre; ou são absolvidos se formalmente acusados – hipótese remotíssima.
Organismos religiosos, por ideologia ou por outros motivos, são inimigos ferrenhos da pena capital. E também, claro, a comunidade dos advogados criminalistas, por razões comercias: criminoso morto é cliente perdido. No entanto, faça-se uma enquete junto à população, com direito a tempo de propaganda na televisão, dividido entre defensores e contrários à pena de morte.   imaginam o resultado dessa pesquisa. Mas isso é sonho, visto que a Constituição dita “cidadã” veda até plebiscito sobre o tema.
Voltou-me a lembrança das resenhas policiais; não sei porque. Mas imaginei um desses patifes brasilienses recebendo voz de prisão e reagindo a bala. Ele seria morto, claro, porque esse tipo de bandido, embora da pior espécie, não tem tutano nem traquejo com armas de fogo. Mas, se o safado reagisse de modo a dar aos policiais justa e legal razão para revidar no mesmo tom, a Polícia diria à reportagem: “ao receber voz de prisão o elemento reagiu a tiros e foi abatido; a caminho do hospital  evoluiu a óbito”.  Sonhar é bom, né? Mas que tem solução, lá isso tem. E da boa, como nos filmes de faroeste.

É  onde eu te falo...
 

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