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quinta-feira, 28 de março de 2013

SOU UM MONARQUISTA IRREDUTÍVEL. E SEI POR QUÊ.



Nossa república enfermiça nasceu de uma quartelada positivista. Só por esse vício de origem, jamais poderia dar certo; como não deu. República é única forma de governo que recepciona, e realça, a perversidade do ser humano. Parlamentarista ou presidencialista, ainda não se inventou  forma de governo mais propícia à degeneração. Consta que lá pelos fins do Século I, ou pouco depois, o bispo Irineu de Lyon inventou o pecado original: o sujeito já nasce pecador, ou decaído. Pois como o ser humano (nessa visão teológica) nasce inclinado para mal, assim toda república já nasce maligna, porque gerada “in vitro” com a predestinação de criar e desenvolver a deformidade política, que a gera a corrupção.
Está no DNA da república o conchavo e a corrupção. Não tem jeito. Não há república sem esses predicamentos. E a grande pústula  republicana não pode ser lancetada: é a maldita preocupação com a próxima eleição. O sujeito, antes de ser investido, já começa a amarrar a  trama e a urdidura da sua rede de poder, pensando em  si próprio ou no seu grupo. Quando a reeleição é permitida, aí a coisa desembesta. Empossado, o primeiro ato do presidente, seja qual for a sua ideologia, tem o sinete de todos os que executará no curso do mandato: arranjar as coisas para a próxima eleição.   
Quem negar essa verdade é mentiroso ou doido de jogar pedra. E não me refiro ao Brasil somente; isso acontece nos Estados Unidos, na Argentina, na Itália, na Rússia, na Grécia, e noutras nações que adotam a forma republicana, presidencialista ou parlamentarista. Só não acontece nos países de governo monárquico. Por quê? Porque o rei está a salvo das rixas políticas, dos conchavos parlamentares, da preocupação de ser reeleito ou de eleger sucessor; enfim, não entra na guerra, aberta ou velada, que os grupos políticos necessariamente travam. Essa guerra também não existe quando o próprio ditador nomeia o governante que o sucederá, como, por exemplo, na Coréia do Norte, em Cuba, na Síria, etc.
Mas é preciso anotar: nomeação de sucessor é coisa de ditador. A diferença é que o rei de hoje não nomeia o próximo rei, porque a linha de sucessão é previamente definida. Isso permite que o futuro rei seja profundamente educado e duramente preparado para assumir o trono, ao contrário do que ocorre nas chamadas “democracias republicanas”, onde um indivíduo inteiramente despreparado e ignorante da arte/ciência de governar, pode muito bem virar presidente. Mais ou menos como o sujeito que, apesar de confundir volt com watt, se mete a instalar uma rede elétrica.     
O importante é que o rei não age de acordo com o seu interesse, mas voltado para o interesse da nação. O interesse do rei é o interesse do reino. Por isso, o maior trunfo desse modelo está num fato muito simples: o rei não precisa corromper e não tem oportunidade de ser corrompido; nem de fazer promessas; nem de ser cobrado pelos favores eleitorais que recebeu – circunstâncias o tornam vacinado contra os conchavos, ou, noutras palavras,  incorruptível. E se o rei está a salvo da corrupção, ele se torna, automaticamente, um modelo para o povo, e com isso a nação tende a amaldiçoar a corrupção e a se levantar contra ela – não da boca pra fora, como em certos países onde o povo rosna contra os corruptos mas não age; pior, quando nem rosnam e reelegem um tralha qualquer.    
Voltarei ao tema. Ele é muito vasto para caber numa página de blog. Mas, três coisas adianto: a) não dá para comparar a estatura moral de D. Pedro de Alcântara e a de certos presidentes que o sucederam; b) as nossas Repúblicas, a velha e a nova, foram um sem conta de trapalhadas; c) a atual é digna de um povo que até hoje nem sabe quem matou Odete Roitman.

É onde eu te falo...

quarta-feira, 27 de março de 2013

AS LEIS DO CRIADOR NÃO SÃO PARA TODOS



  
              Eu nem sabia da existência de dois “museus do índio”  na cidade do Rio de Janeiro; um em Botafogo, zona sul, outro no Maracanã, zona norte   ambos invadidos por um grupo de  índios guajajaras, depois desocupados por ordem judicial. São as famosas demasias nacionais, arranjadas por “intelectuais” lírico-festivos,  povo de etnia derrancada, mas incansável no afã de atazanar a Nação com seus movimentos, fóruns, espaços culturais, oficinas e outras inutilidades. No que fazem muito bem, aliás, já que o brasileiro é acima de tudo babaca e, como tal, apreciador de babaquices; principalmente das  mal intencionadas.
                No Brasil, ser “de direita” é crime mais repugnante do que o de assar criancinhas na  grelha e comê-las com batata e molho inglês; infinitamente mais grave do que ser bandido-de-rua e bandido-de-brasília. Então, me qualifiquem de direitista pelas perguntas que faço, mas respondam: a) dois “museus do índio” na mesma cidade, pra quê?  b) o que esses guajajaras fazem no Rio de Janeiro, se lugar de índio é na mata.
Ah, não! Índio tem o direito de andar por onde quiser. Tá bom, concordo. Mas fica sem resposta a terceira pergunta: já não bastam aos com razão chamados de silvícolas os milhares sobre milhares de hectares  “demarcados” como reino indígena? Já os índios não são donos de mais de um terço do território nacional ? Precisam, ainda, invadir o Rio de Janeiro? Precisam. Precisam porque, por índole e tradição, são desocupados; e amam os favores do assistencialismo safado, dentre os quais está o selo da inimputabilidade 
E o pior é que, incultos ou não, adoram que os seus “defensores”  os tratem como retardados e os façam parecer mentecaptos atrasados e inferiores – verdadeiros “tadinhos”;  que, embora coitados, têm telefone celular, relógio Bretling, caneta Mont Blanc, caminhonete 4X4 e outros fetiches ditos “capitalistas”. Ora, pombas! Já não passou da hora de dar ensino normal e profissão regulamentada a esse povo? Mais grave: o povo brasileiro, inconsciente e pasmado,  não percebe quem e o quê estão por trás desses índios!
Vejo confirmada a  minha tese: o Criador pode ser onipotente, onipresente e onisciente, mas não é imparcial. Oh!!! Blasfêmia !!! Que nada. Só juízo crítico. Ele, ao expulsar Adão e Eva do Paraíso, instituiu que trabalho é castigo; daí a maldição “ganharás o pão com o suor do teu rosto“. Que seja. Se o dono do Éden estabeleceu assim, tudo bem; manda quem pode, obedece quem tem juízo. Mas, índio é um ser assim tão especial que deve ficar alheio à maldição divina?
Agora vem a pergunta final: se os sem-terra o que querem é terra, por que nunca invadem as tais "terras indígenas", as mais improdutivas do Planeta ?

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segunda-feira, 25 de março de 2013

AH, ESSA FALTA DE SENSO CRÍTICO...



A mídia, herdeira da técnica inventada pelo gênio publicitário de Joseph Goebels   o célebre marqueteiro do nazismo   sabe como ninguém os segredos do hipnotismo que embrutece.  Quem não tomou o antídoto contra esse veneno sócio-político está, sem remédio, condenado aos  efeitos obsedantes do pó-pó-pó dos veículo de comunicação. Assim, por descuido e falta de raciocínio, o grande público que consome as mídias se torna cativo delas. São, todas três daninhas, as seqüelas da massificação midiática: o contágio ideológico; a ânsia de consumir e o endeusamento de farsantes. Vejamo-las (bela expressão), em simples exemplos.
A primeira transforma pessoas incultas em energúmenos sem cultura, massa fundamental para entronizar e manter vagabundos oportunistas no poder. A segunda aguça o babaca portador de um ótimo telefone a comprar similar, que além do prodígio de permitir a conversação, dá resumo de novela e previsão de similares a serem lançados. A terceira permite a ascensão de coisas tipo Piniquinho e Privadão ou Titiquinha e Cagalhão, que gemem desencantos de amor para faturar milhões.
Pois é. A mídia, da qual deveriam resultar só benefícios   como, dentre outros, a exposição de ladrões do dinheiro público   causa males de vasta implicação e cura duvidosa. Mas, não. Usa o seu poder de persuasão para que exércitos de imbecis se interessem pela cor da cueca do artilheiro do campeonato nacional; ou para transubstanciar trastes em heróis, ao mesmo tempo em que vende merda de galinha preta para amaciar a pele.     
Pensei nisso  numa sala de espera, folheando uma dessas revistas estéreis para leitores inteligentes e rentáveis para editores espertos. Em Belo Horizonte proliferam gourmets abobalhados que engolem qualquer coisa. Assim, o simples lançamento no mercado de nova massa de pastel é bastante para desencadear um ror de festivais de comida. Mas os respectivos promotores não chamam para o evento o pasteleiro da esquina, que faz pastel  há décadas e tem “as manha e os canal” do bom pastel:  assanhados os com a expectativa de um   como eles dizem  – “festim” (PQP!), disparam a convidar cozinheiros forâneos que chamam chefs, personagens obrigatórios do dabalê-badalá gastronômico, alquimistas desvairados que jamais farão um pastel de carne, mas  inventarão pastel de tampinha de cerveja, de sabão de coco, até de lixo hospitalar. No que são aplaudidos aos estertores.
O mais paparicado, acho que é paulista, como chef é um excelente marqueteiro. Tanto que de um ostracismo ressentido voou para os píncaros da cozinha internacional, onde, dizem, é muito cotado. E ganha babas de dinheiro para se apresentar na cidade, onde chega no próprio jatinho. Sua especialidade é precipitar a ovulação em jovens senhoras e balzaquianas desencantas    como tal, ávidas de grandes peripécias de alcova. O sujeito é bonito? Que nada ! Tem cara de fuinha drogada e olhar de celerado prestes a assassinar; não ri como as pessoas sãs, mas ostenta um permanente rictus tortuoso e tem o cabelo raspado à Auschwitz, que lhe imprime um ar de demência senil.
                Como pode? Ora a mídia, como impôs que ele é o maior chef do Ocidente, decretou-lhe a condição de galã. Da noite para o dia, o marmanjo virou milionário e ficou famoso, predicamentos suficientes para ser achado lindo de morrer. O combustível da mídia se chama dinheiro. Negócios. Dizia o meu saudoso amigo Harry Huven, do Tip-Top, negócio tem que ser bom para os dois lados. Mas às vezes são três os lados, ou mais. Daí o famoso “rachid”, muito usado na Administração Pública: eu ganho, tu ganhas, ele ganha, e nós dois dividimos a sobra. O Chef Auschwitz é, como tantas invenções, produto desse critério; tem muita grana por trás dele.

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sexta-feira, 22 de março de 2013

E DE RARA BELEZA ...





 I -            Quem, num rasgo de demência, quiser mumificar um defunto não deve encomendar o serviço em Havana ou em Caracas; o resultado será uma catástrofe. Fizeram e aconteceram, esgoelaram aos quatro ventos que o sujeito ia virar  múmia. E que esta seria exposta num palácio, réplica do Trianon de Luiz XIV, mas de feito de platina, todo  engastado de gemas raras, com paredes de cristal da Boêmia, colunatas de ouro maciço e vitrais à maneira de Chartres, mais deslumbrante que Versailles e mais grandioso que o Taj Mahal. Tudo para a glorificação eterna do chavismo, movimento primitivo que se apropriou do fantasma de Simon Bolívar e se emoldurou nas gosmas caquéticas de Fidel Castro. Pérolas – a idéia da múmia, o mausoléu e o fetiche ideológico.
                Pois faz semanas que Chavez “evoluiu a óbito”. O governo interino da Venezuela   ouvi no Jornal Nacional   concluiu, depois de profundos pensares, que a fossilização do homem “poderia não dar certo”, já que o processo fossilizador deveria ter sido iniciado imediatamente após a morte. Tradução: tentaram por sal em carne podre, como diz  o refrão; mas deu revertério. E agora não se fala mais na figura; nem na múmia; sequer no destino que deram a esse desastre. Não se sabe se ele foi enterrado, cremado, ou se, de corpo presente, subiu aos Céus, onde, os chavistas acreditam, moram os demagogos impenitentes.

II -          A impropriedade vocabular continua sendo a praga do jornalismo  por descuido ou ignorância pura e simples. Assistindo ao Jornal Nacional de hoje, dei com Obama em visita a uma igreja hierosolimitana (a palavra não tem nada a ver com aerossol;  é o nome que se dá a quem ou o que é natural de Jerusalém). Mas vamos à questão. Segundo o locutor, essa igreja  está construída exatamente no local onde se imagina que ficava o sepulcro de Cristo” (sic). Ora, o advérbio “exatamente”  descombina, a toda evidência, com o “se imagina”. No caso, o jornalista deveria construir a frase usando, agora com propriedade, o advérbio “supostamente”   tão a gosto da mídia nacional, que ainda não conseguiu traduzir o significado de “suposto”.  Suposto e supostamente são ícones verbais do jornalismo brasileiro, sobre os quais se constroem verdadeiras pérolas. Exemplo: Carlinhos Cachoeira supostamente é ladrão, mesmo depois de condenado pelos seus roubos. Pode?   Deve poder. Pois os jornais não insistem em dizer, por exemplo, que Henrique Pizzolatol foi condenado pelo suposto crime de corrupção e coisas mais?        

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quarta-feira, 20 de março de 2013

A MULA-SEM-CABEÇA EXISTE, SIM !



Quando eu era criança pequena lá em Barbacena (frase do saudoso Joselino Barbacena, que tinha cara de doido e era mesmo), ouvia dizer que mulher de padre virava mula-sem-cabeça na Quaresma. Mas isso só acontecia ao bater o sino anunciador de zero hora das sextas-feiras quaresmais. Assim, e como em Barbacena   à época  havia beatas quarentonas que de dia  propalavam recalcitrante estado de virgindade e à noite se socorriam nos cobertores eclesiais, qualquer delas  se qualificava ao extraordinário cargo de sombração que perde a cabeça na Quaresma. Nunca vi, então, um desses quadrúpedes medonhos; mas, deitado e atento, se eu ouvia o sino da meia-noite e as patas de um cavalo retinindo no macadame, não tinha dúvida:  a mula-sem-cabeça desembestava pelas ruas da cidade.
Adulto, quando eu pensava  – aliás, tinha certeza   que esse ser descabeçado e de patas fortes era pura crendice do folclore, não é que dou com um, de verdade? Pois, sim, não é mentira, não. E nem era tempo de Quaresma. A lendária mula-sem-cabeça existe mesmo, estejam certos. É feia, desconchavada, tem patas de casco redondo e acumula enxúndias pelo corpo. Não fala, orneja. Tem tudo para causar a sensação de pavor; só não tem cabeça.
O que não entendo é como esse avantesma, que não tendo cabeça não tem olhos, galopa pra todo lado, sobe, desce, vira esquinas, foge de buracos e de qualquer anteparo ao seu tropel insano. Também não atino com a sua rara capacidade de soltar fogo pelo pescoço - cuja utilidade única é expelir labaredas, já que é desprovido da cabeça, a qual, de regra, ficaria na extremidade mais delgada.
Ao que sei, ninguém conseguiu exorcizar a danada; e vai demorar que isso aconteça, segundo fontes insuspeitas. Rahjwapapuh, o faquir, assegura que para sumir com um bicho assim é preciso lucidez e fortidão de caráter, ingredientes que andam escassos. O inefável derviche Al-Moufaad Al-Fayat, de quem me fiz amigo quando, perdido  nos  abrasados do Nefud,  estava à morte por falta de água  (fui salvo por ele) é do  mesmo parecer. Um e outro não desacreditam da minha informação de que vi a mula-sem-cabeça. Aliás, têm certeza disso. Ela existe, eles confirmam.  

É onde eu te falo...