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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

E TEM GENTE QUE NÃO ACREDITA EM SOMBRAÇÃO



Recebo uma fotografia indecorosa: a do barbaças que jogaram no Ministério da Defesa passando em revista a tropa perfilada em cerimônia magna da Escola de Sargentos do Exército Brasileiro, na cidade de Três Corações. Nunca vi tamanha falta de decoro.  Nem tão ostensivo sinal de desrespeito à nobre Arma de Caxias. Soldados de armas em riste, estandartes desfraldados, continência em sinal de respeito, aviltados com a postura desmazelada e indigna do tal ministro.
Olha que o indivíduo, com aquela barba nojenta, já tem cara de enfermo terminal e jeito de encantador de serpentes, fora o ar defecado; é feio como o pecado, gordalhão e pançudo. Pois comparece à solenidade como quem acaba de sair do botequim: calças grandes e largas demais para o seu manequim mal ajambrado, camisa polo a lhe enaltecer a barriga mal contida pelo cinto  - toda  essa coleção de deselegâncias adornadas por  uma jaqueta tipo brechó, cujas mangas  lhe engolem os dedos. Sem contar que surge como um vasta barrica de vastos contornos. Definitivamente, um estafermo  enxundioso e mal acabado. Visão assim traz à lembrança o ilustre Ary Barroso, para quem uma das mais palavras mais feias da nossa língua é abantesma, ou avantesma – que Aurélio manda, a bem da prosódia, dizer com “e” fechado.    
A ordem é: nada de terno e gravata, que esse evento é coisa de milico e milico não merece respeito - inda mais de tão formoso integrante do AUAU (aloprado unidos e avantesmas uivantes) –  grupo que mastiga, deglute, digere e... expele a coitada da República. Onde foi parar o brio dos militares? Melhor, usando a linguagem castrense, cadê o decantado “pundonor militar”, que se submete a esse tipo de postura do dirigente superior das Forças Armadas?
Bem, como dizia talentoso admirador de aloprações, “ hoje você é quem manda; falou,
tá falado! ”. Fazer o quê? Mas fica na garganta dos brasileiros  (só dos justos e conscientes) o sabor da “horrenda amarugem”  - no dizer do poeta Martins Fontes – diante de tamanha demência. E, falando em poeta o retrato (aliás, puxa mais pra rascunho feito por bêbado)  desse ministro arrogante lembra duas coisas: uma abóbora de halloween e uma estrofe de Vicente de Carvalho: 

          Donas do campo, as ondas rugem;
          E o monstro impando de ousadia,
         Pragueja, insulta, desafia
        O céu, cuspindo-lhe a salsugem...”  

                É onde eu te falo...

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