Vou ficar
um tempo sem ler os jornais – até que
elejam o papa e proclamem a condenação ou a absolvição de Bruno Fernandes de
Souza. Decididamente, é preciso ter muita paciência e pouco descortino para
suportar essa dose cavalar de mesmice. Chega! Estou farto de papas e Brunos.
Olhem que
desde a abdicação de Benedictus XVI são páginas intermináveis de notícias vaticanas. Dezenas de
cardeais, bispos e congêneres, todos escorregadios, já deram as suas
versões – nenhuma convincente – sobre
as causas da renúncia papal: doença, cansaço, velhice, desilusão, isso e
aquilo. Só não confirmam a suspeita mundial: medo. E como a objetividade nunca
foi uma característica de padres, são rodeios intermináveis e negaças sem
graça, como se falassem para retardados.
Ás vezes
surge um padre, geralmente americano, com uma dissertação sobre crimes fiscais,
acobertamento de pedofilia e bailinhos homossexuais nos corredores de São Pedro. Pura perda de
tempo. Roma, como não vai admitir não
vai admitir oficialmente os roubos e as esbórnias dos seus prelados. Nem vai
tornar público o glamouroso lobby gay que, consta, foi entregue ao Papa Bento dias
antes de ele anunciar a sua retirada; já pouco se fala sobre isso. A bola da
vez é o fomento das especulações: Roma insufla a mídia a perguntar quem, no
Sacro Colégio, tem mais ou menos chance de calçar os sapatos vermelhos de santo
padre; mas quando vêm as perguntas, a resposta é um clichê manhoso: - Só o Espírito Santo sabe; é ele quem vai
decidir ! Ora, que trem mais aborrecido. Então, Por que o tal Conclave não se
fecha e convoca de uma vez esse eleitor único e o interpela: - Ô sô Espírito Santo, quem é o papa?
Nas outras
páginas, o julgamento de Bruno, que a mídia – sempre original e criativa –
chama de goleirobruno. Papagaio! Como é que um simples assassinato, ou
evidência de, pode render tanto assunto? Ouvi de um psiquiatra que o povão
adora merda; e se fixa no teatro do júri porque já não tem as fogueiras da
Inquisição para distraí-los na assadura de hereges. Quando Roma armava a
sapequeira santa, a plebe corria a ouvir os berros do condenado se contorcendo
nas labaredas e chegava ao orgasmo. Hoje não tem isso – por enquanto. Sobra o
júri, principalmente quando o acusado vem do futebol. Aí, imprensa e povão se
esbaldam; principalmente quando um advogado renuncia e outro aparece. É o
delírio midiático/plebeu
Não sei de
coisa mais sem graça. Advocacia criminal é isso – catimbas, adiamentos, farsas
legais, nhenhenhém e jogadas para a plateia, onde não faltam berros, murros na madeira da tribuna e becas
atulhadas de renda, fora o peitilho da beca, que é uma renda só, mas
enorme. Se há quem goste de aparecer,
advogado criminalista não serve: ele gosta demais. E se não for assim, o júri
não funciona bem.
Enfim,
arredo os jornais. A Imprensa sofre de disenteria de papas e brunos. Aliás, não
é disenteria, mas diarreia. Melhor dizendo, caganeira mesmo. Assim e como não
sou versado em moléstias do trato intestinal, vou esperar até que se fechem os esfíncteres
da mídia.
É onde eu
te falo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caso queira, faça contato direto por email: rubens2instancia@hotmail.com