Recebo uma
fotografia indecorosa: a do barbaças que jogaram no Ministério da Defesa
passando em revista a tropa perfilada em cerimônia magna da Escola de Sargentos
do Exército Brasileiro, na cidade de Três Corações. Nunca vi tamanha falta de
decoro. Nem tão ostensivo sinal de desrespeito
à nobre Arma de Caxias. Soldados de armas em riste, estandartes desfraldados, continência
em sinal de respeito, aviltados com a postura desmazelada e indigna do tal
ministro.
Olha que o
indivíduo, com aquela barba nojenta, já tem cara de enfermo terminal e jeito de
encantador de serpentes, fora o ar defecado; é feio como o pecado, gordalhão e
pançudo. Pois comparece à solenidade como quem acaba de sair do botequim:
calças grandes e largas demais para o seu manequim mal ajambrado, camisa polo a
lhe enaltecer a barriga mal contida pelo cinto
- toda essa coleção de deselegâncias
adornadas por uma jaqueta tipo brechó, cujas
mangas lhe engolem os dedos. Sem contar
que surge como um vasta barrica de vastos contornos. Definitivamente, um
estafermo enxundioso e mal acabado.
Visão assim traz à lembrança o ilustre Ary Barroso, para quem uma das mais palavras
mais feias da nossa língua é abantesma, ou avantesma – que Aurélio manda, a bem
da prosódia, dizer com “e” fechado.
A ordem é:
nada de terno e gravata, que esse evento é coisa de milico e milico não merece
respeito - inda mais de tão formoso integrante do AUAU (aloprado unidos e
avantesmas uivantes) – grupo que mastiga,
deglute, digere e... expele a coitada da República. Onde foi parar o brio dos
militares? Melhor, usando a linguagem castrense, cadê o decantado “pundonor
militar”, que se submete a esse tipo de postura do dirigente superior das
Forças Armadas?
Bem, como
dizia talentoso admirador de aloprações, “ hoje você é quem manda; falou,
tá falado! ”. Fazer o quê? Mas
fica na garganta dos brasileiros (só dos
justos e conscientes) o sabor da “horrenda amarugem” - no dizer do poeta Martins Fontes – diante de
tamanha demência. E, falando em poeta o retrato (aliás, puxa mais pra rascunho
feito por bêbado) desse ministro
arrogante lembra duas coisas: uma abóbora de halloween e uma estrofe de Vicente de Carvalho:
Donas do campo, as ondas rugem;
E o monstro impando de ousadia,
Pragueja, insulta, desafia
O céu, cuspindo-lhe a salsugem...”
É onde eu te falo...
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