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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A DIFERENÇA É A QUALIDADE...



            O mundo ficou pasmo quando explodiu o affair  Bill Clinton/Mônica Lewinsky. Pudera! Fornicações não eram exatamente um hábito nos tapetes da Sala Oval – nem mesmo, ao que consta, nas vielas escuras da Casa Branca. No entanto, aconteceu. No torvelinho da tesão fulgurante, Mr. Clinton e Miss Lewinsky  se esqueceram  (talvez nem o conhecessem)  do ditado saborosamente mineiro: “não se come a carne onde se ganha o pão”. Dizem que a coisa era brava. Ao ponto de a águia-símbolo das armas americanas que, atrás da cadeira presidencial, olhava para a esquerda, virou o pescoço para o outro lado e, por conta de lumbago mal curado, está assim até hoje.
            Não se procede, mas correu que Mônica, a estagiária, até que não era lá muito fissurada no presidente e que só deu uma de encantadora de serpente em razão do tremendo poder do... quero dizer... da... dela... da própria. Ofídios são bichos poderosos. É elementar : um sujeito que pode fazer e acontecer só com um telefonema, pode igualmente - e o faz - arranjar benesses e outros prêmios, no mais das vezes, imerecidos.
            Meu velho amigo, o faquir Rahjwapapuh, dá versão diferente. Segundo ele, indivíduo de largo entendimento, a causa material do babujante episódio foi apenas uma questão de afinidade musical: Clinton era ótimo saxofonista; Mônica, igualmente dada aos concertos, não apenas soprava a clarineta com maestria, como – literalmente - punha a boca no trombone. Ora, a união de sax, trombone e clarineta é, também consta, uma invenção tipicamente americana, criada pelo bandleader   Glenn Miller, que estourou na época do swing. Portanto, nada mais natural que o par chegasse, democraticamente, aos solos e às harmonias republicanas. Sem contar, acrescenta Rahjwapapuh, que Miss Lewinsky, quando esteve em Belém do Pará, degustou um picolé de mandioca-brava, ao qual muito se afeiçoou.
            O affair, que poderia ter severas repercusssões políticas, foi contornado também graças à coragem de Clinton. Cabra macho, aquele! Reuniu a Imprensa e confessou o seu deslize: teve, de fato, “atitudes impróprias” com a gorduchinha polaca, erro do qual se penitenciou e pelo qual pediu desculpas ao povo americano. Nada de negações inconsistentes.
            Agora, veja como são as coisas. Nos Estados Unidos o “trem” é diferente; não apenas por força da evolução mental, como também porque lá a mídia é feroz - e não quer saber se as prevaricações oficiais envolvem figuras de proa: simplesmente solta os cachorros nos calcanhares do prevaricador. Fosse numa dessas repúblicas de ôba-ôba, os sabujos se esfalfariam nas famosas “blindagens” e o calhorda viajaria para o exterior, gritando: “eu não sabia de nada”,  e coisas desse naipe. Como na velhíssima propaganda das massas Piraquê, “a diferença é a qualidade”...          
            Seja como for, um acontecimento assim pode assumir contornos além do ridículo em si. Pode chegar ao rudimentar monstruoso. Como? Ora, Clinton, um cara bem apanhado, escolheu uma jovem polonesa deveras apetecível para os deleites salivantes; já um desconchavado manipanço subvencionaria uma velhota sem viço para o papel de go-go girl  presidencial. A Piraquê tinha razão. 

            É onde eu te falo...

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