Recebo hoje
mensagem de amigos aterrorizados com a falta de escrúpulos do baiano Jutahy
Magalhães. Quem nunca viu a cara desse deputado pode vê-la
no goglle; e só por ela tirar as devidas conclusões. Esse sujeito é autor do
relevante projeto de blindagem da escória política: o
Ministério Público fica proibido de investigar atos de corrupção no
Parlamento e no Poder Executivo (!!!).
Projeto assim formoso, se aprovado, seria imediata e sofregamente sancionado
pela presidência da República.
Na verdade,
o projeto não é novo, embora não tão velho quanto a oligarquia gosmenta que
infesta o reino do Senhor do Bonfim. A Bahia, como os demais estados da
federação, é terra de muita gente boa, mas também de meliantes sortidos -
daqueles tipo passa-fome, e daqueloutros,
bandoleiros engravatados com dinheiro no
banco. No primeiro grupo, se alinham aqueles que, no mais das vezes, são frutos
da miséria; no segundo se juntam, invariavelmete, os safados por vocação, que já nascem
canalhas por índole; muitos deles estão na... política. O ponto de convergência
entre os dois grupamentos é que ambos vivem à margem da decência.
Na Bahia,
portanto, como noutros lugares, não faltaria indivíduo do segundo grupo, aquela
gente que a Polícia, nas resenhas criminais, costuma chamar de “elemento” –
aliás, bela expressão: “o elemento foi detido pela patrulha quando praticava o
assalto... etc.” . Ah, que bom seria se os todos os meliantes fossem detidos na
execução do malfeito ! Infelizmente não
é assim, desde que o mundo é mundo; desde o tempo dos Evangelhos: “em verdade
vos digo que daquele que menos tem mais será exigido” – arranjo de clamorosa
injustiça, mas usual. A propósito, esse arranjo não foi enaltecido por Cristo:
ele apenas sabia, e advertia, que o mundo sempre foi assim e assim seria até a
consumação dos tempos. O Senhor do Bonfim sabia das coisas.
De fato,
dos vagabundos do primeiro grupo se exige muito; não é fácil da vida deles:
tocaias, atenção constante, medo da polícia, stress, revides, carga excessiva
de adrenalina, porradas, boa possibilidade
de morte, camburão, prisão a qualquer momento em celas imundas, os estupradores
que nelas moram, coisas assim. Quanto aos tralhas do segundo grupo, destes nada se
exige além da canalhice; basta ter a cabeça imunda e um pouco de coragem; não
muita, porque eles contam com a imundície do próprio sistema, que os resguarda
com as porcas blindagens de sempre; ou são absolvidos se formalmente acusados –
hipótese remotíssima.
Organismos
religiosos, por ideologia ou por outros motivos, são inimigos ferrenhos da pena
capital. E também, claro, a comunidade dos advogados criminalistas, por razões
comercias: criminoso morto é cliente perdido. No entanto, faça-se uma enquete
junto à população, com direito a tempo de propaganda na televisão, dividido
entre defensores e contrários à pena de morte. Já imaginam
o resultado dessa pesquisa. Mas isso é sonho, visto que a Constituição dita
“cidadã” veda até plebiscito sobre o tema.
Voltou-me a
lembrança das resenhas policiais; não sei porque. Mas imaginei um desses
patifes brasilienses recebendo voz de prisão e reagindo a bala. Ele seria
morto, claro, porque esse tipo de bandido, embora da pior espécie, não tem
tutano nem traquejo com armas de fogo. Mas, se o safado reagisse de modo a dar
aos policiais justa e legal razão para revidar no mesmo tom, a Polícia diria à
reportagem: “ao receber voz de prisão o elemento reagiu a tiros e foi abatido;
a caminho do hospital evoluiu a óbito”. Sonhar é bom, né? Mas que tem solução, lá isso tem. E da boa, como nos filmes de faroeste.
É onde eu te falo...
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