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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Solta a franga e mostra o pau


 
O Brasil e os brasileiros, até por gratidão, têm o dever cívico de defender e enaltecer a Imprensa. Não faz muito tempo, a mídia vem “soltando a franga”, perdendo o medo de por a boca no trombone. Com isso fez a Nação acordar. Foi como a campainha do despertador. O povo que dormia  -  em berço não tão esplêndido, mas bem comodista  -  acordou, jogou as cobertas para o alto e gritou: - Isso mesmo! Cauterizem os podres governamentais! Abram os armazéns onde se empilha a canalhice que desconhecíamos!
E grande parte da comunidade nacional (os que tem acesso à informação) passou a devorar os jornais à cata das mazelas do dia. Entre perplexo e vexado, o povo sentiu na boca o travo da culpa de ter sido tão conivente, e tão alienado, diante da enxurrada de maroscas que se praticavam  dia e noite nos porões e salões dos Poderes da República.
Sozinha, a imprensa americana destronou Mr. Nixon. Quem pode, pode.... A mídia nacional ajudou, sim, a derrubar governos, mas não foi ela quem acendeu os estopins. Independente de cogitações sobre a prestância  dos Governos Vargas e Goulart, por exemplo, é certo que eles caíram também pela mão da mídia; mas a alavanca da queda de Getulio foi a tempestade armada por Carlos Lacerda, como a de Jango se deveu à inquietação militar, abertamente empalmada por alguns governos estaduais. A mídia só fez divulgar o que se tramava; e, não há negar, jogando algum sal nas feridas... que já encontrou abertas.
A Imprensa não existe para destruir governos. Mas, como titular da informação, não pode se limitar a superficialidades. Tem o dever de ir a fundo na podriqueira oficial. Vejam-se os Ministérios Nacionais, onde Fulano manda hoje e Sicrano amanhã. É elementar: não fosse a exposição dos malfeitos desses ministros destituídos, eles ainda estariam lá, na sua cátedra ministerial, metendo os pés pelas mãos e arrotando honestidade. Então, palmas para a Imprensa, em lugar de censura; ou de "regulações" como andam rosnando por aí. Ela já sofre as suas limitações naturais...
Só não me venham dizer que a senvergonhice  é uma novidade nas Cortes Brasileiras. Muitas falcatruas foram costuradas também nos governos anteriores, desde Deodoro. Se as havia no Império, não sabemos, porque a Imprensa ainda não cuidou desse tema. Mas as duas Repúblicas não passarão ilesas e envoltas em mantos santificados. Seja como for, antigamente as trapaças eram menores e mais espaçadas; havia mais medo e a safadeza não era endêmica. Era episódico o que hoje é institucional.
 Hoje, desde a soltura da franga, a Imprensa não é só informadora; virou uma ratoeira muito eficaz: vasculha; investiga; não fecha nariz e olhos; acende lanternas na escuridão governamental; usa lupas de alta capacidade e, ainda que a poder de fórceps, traz à tona o pus fedorento que envenena os Poderes Estatais.
Sendo assim, faço as seguintes proposições:
a) Para o seu Ministério, D. Dilma Rousseff só escolhe essas coisas; 
b) Não há outras coisas dentre as quais ela possa escolher;
c) “a” e “b” são corretas;
d) Nenhuma das proposições acima é correta.

É onde eu te falo...

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