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segunda-feira, 29 de abril de 2013

PAISAGENS DO CONE SUL















Cinismo (do grego kynismós ) é vocábulo de dupla acepção: a) em Filosofia, diz com a Escola Cínica, de Antístenes e Diógenes, cuja síntese é a vida desligada de convenções e regras sociais; b) no uso comum é apenas, como diz Aurélio, “impudência, desvergonha, desfaçatez, descaramento”. Filosoficamente, acho  que a súmula do pensamento cínico da Idade Contemporânea  foi  Woodstock; e tenho certeza de que o auge do cinismo (na acepção comum do termo) acontece agora, no Cone Sul.   
Falei aqui, recentemente, que no Cone Sul, depois dos horrores da Operação Condor, está em andamento a repugnante Operação Abutre – farinhas do mesmo saco. Como a Humanidade, quanto mais avança em tecnologia, mais progride em estupidez, as pessoas deixam de perceber que Esquerda e Direita são gêmeas univitelinas, cujo pai é um velho caquético chamado autoritarismo  e cuja mãe é uma rameira gonorréica que atende por canalhice. Por isso é que Condor e Abutre carregam, igualmente, a maldição de viver de carniça e se esbaldar na podridão; só diferem nas suas cartilhas ideológicas, as quais ensinam  embora por idéias diferentes   como  excretar os produtos da sua trágica dieta (sempre pelo mesmo orifício). No que, teleologicamente, se resumem e se esgotam.
Por meia dúzia de gatos pingados, Maduro derrotou a forte oposição aos rudimentarismos chavistas, o que, levando em conta o empate técnico e a ideologia do “não importam os meios”, sugere corrupção eleitoral. Capriles, no que faz muito bem, suscita que houve fraude e pede recontagem de votos. Pois é. Na Venezuela existe um tal de Conselho Nacional Eleitoral (deve ser uma espécie de TSE). E esse Conselho, na tirada mais cínica da farsa chavista, decide “dar início aos procedimentos para  auditar  os resultados das eleições presidenciais de 14 de abril”.
Ora, se o verbo “auditar” já é um neologismo fiedaputa, imagine-se o que será esse auditamento, regulado por um órgão jurisdicional  “amestrado” por Hugo Chavez   que fez na Venezuela o que a despirocada Viúva Kirshner está fazendo na Argentina e que um bando de criminosos condenados articula no Brasil: a domesticação do Poder Judiciário. O tal Conselho Nacional Eleitoral (CNE), para dar um “cala boca” no Capriles, vai “auditar” (pqp!) as eleições venezuelanas, mas avisa que ... não vai abrir as urnas, não vai contar os comprovantes de votação e não vai comparar o resultado da recontagem com o da  ata de apuração feita  pelo próprio Conselho Nacional  Eleitoral  !!!     
Lindo, né?  Esse Conselho vai fazer o quê? Pensem detidamente nas restrições por ele impostas para “auditar” as eleições que  proclamaram a vitória a Maduro. E tirem as suas conclusões. Que raio de recontagem é essa, se: a) as urnas não podem ser abertas; b) não se levará em conta o número dos venezuelanos que compareceram às urnas; c) o resultado da auditagem não poderá ser cotejado com a tal ata de apuração!!! TRADUÇÃO: apesar de eventual fraude, prevalecerá  sempre o resultado apregoado na... ata.  Por isso é que os seguidores das duas cartilhas malditas têm essa ânsia de encabrestar o Poder Judiciário.
Cuidado! É assim que a coisa funciona. Já que "bolsista" não pensa, se a sociedade pensante bobear, faltará pouco para termos a versão brasileira do Conselho Venezuelano. Justamente agora, quando o Judiciário Brasileiro tomou coragem de desabusar os bandidos de alto coturno. Pobre Brasil !
  

É onde eu te falo...
                 

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