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quinta-feira, 4 de abril de 2013

PORQUE GOSTO DE ALLAH E DO CORÃO




 














            O  populismo aliciador é, por si só, uma praga; e praga que, por sua  própria natureza, tende à exacerbação progressiva. Aí reside o maior perigo: o que era só um método latrinal de governar se transforma num tumor purulento, ativado pela megalomania e pela estupidez. No Brasil, felizmente, não se tem notícias dessa enfermidade.  Tem outras.
           Mas aqui  só  se desenvolvem moléstias brandas,  tais como  falta  de  saneamento básico,  rodas de propina,  escolas  desinformantes,  professores  “amestrados”  ideologicamente, forte banditismo  urbano e parlamentar, rede de drogas administradas por “gente de alto nível”,  justiça emperrada, ONGs bandoleiras, nepotismo, sistema tributário espoliativo, muita gente que não trabalha  e vive de  tenças governamentais, compulsão de sufocar o agronegócio, coisas assim, de pouca monta, como a indústria da seca.
Ah, por falar em seca, que fim levou a transposição do São Francisco? Saí a perguntar e, no mais das vezes, as pessoas balançaram a cabeça com ar de dúvida, porque também não sabiam; quando alguém me respondia, eram embromações e desculpas esfarrapadas, tão comuns hoje em dia. Inquieto, telefonei para Rahjwapapuh, o inefável, que estava na Coréia do Norte, onde, a convite da ONU, observava  as farrombas do enfant gâté (*) que a governa. Rahjwapapuh sabe das coisas. Sabe de tudo. Transcrevo o que ele disse:
“Aquilo desandou. Foi o de sempre: verbas escassas ou desviadas, empreiteiras que abandonam as obras querendo correção de preços, desinteresse governamental, furtos, roubos, apropriações indébitas, esse tipo de coisa. Ali só trabalhou bem, e com zelo, o contingente de engenharia do Exército, mas também ele não conseguiu levar as coisas a contento, por falta de... estímulo logístico:  alguém teve medo de que os “home” ficassem com a glória...”
          Mas, pombas! E os zilhões gastos ali, as obras de arte já feitas, isso não se leva em conta? Vão deixar a obr a ao deus-dará, como as muitas centenas que o mato cobre e o tempo desarvora ? “Acho que sim...”  – foi o parecer do derviche Adib Al-Moufaad Al-Fayat, com quem me encontrei em Riad semana passada. Al-Moufaad é um poderoso mago, daqueles que fazem prodígios com suas ciências secretas. Ele vinha de uma inspeção no Nefud, contratado pelo governo saudita, avaliando a possibilidade de canalizar até lá as águas do Mar Vermelho que, seriam, conforme projeção governamental, dessalinizadas numa estação de grande porte; com know-how  londrino.
                - É viável?  – perguntei. O derviche disse que sim.  - A Arábia Saudita, você sabe, tem dinheiro pra isso   ele comentou. - E mais que isso, tem leis muito severas contra patifarias com dinheiro público. Muçulmano, você também sabe, não brinca quando pilha os canalhas se enricando com as verbas do erário real... O meliante é executado sem apelações, agravos, embargos infringentes, esses nhenhéns procrastinatórios que vocês usam lá no Brasil – e rematou:  - Ali, roubou, tá no sal!    

 













Mandei  levar a Brasília o plano de entregar a transposição do São Francisco ao governo de Riad, ou de outra nação do Islã, sob a supervisão, claro, de Adib Al-Moufaad Al-Fayat. Eu estava certo de que em poucos meses a obra estaria pronta. E estaria, mesmo. Se Brasília endossasse o meu plano. Mas... nunca obtive resposta.

É onde eu te falo...  

(*) Do Francês, menino mimado, filhinho de papai, bundãozinho

        



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