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quarta-feira, 1 de maio de 2013

E O ABUTRE VOA ...











A bola da vez é a proposta da emenda constitucional digerida pela vertente política que  pretende submeter ao Congresso as decisões do Poder Judiciário. Não, não é erro de digitação: a proposta em questão não é “dirigida” pela vertente política, mas digerida, mesmo. Atentado dessa magnitude contra a ordem constitucional e, por conseguinte, contra a democracia, se produz nos intestinos, não na cabeça. E, obviamente, sai pelo... canal competente.
Depois do julgamento do Mensalão essa vertente compreendeu que o Judiciário está decidido a mandar para a cadeia os meliantes que vestem Dolce Gabana e acumulam milhões sobre milhões em cada exercício. Assim, e como ainda tem calhorda cujos crimes ainda não foram descobertos, ou investigados a fundo, eles querem se resguardar desde já. Vai que a coisa chegue ao Supremo Tribunal e este, muito ufano da sua versão “pega-pra-capá”, os condene... É melhor se precatar: não pudemos salvar os mensaleiros    apesar do esforço de aliados e advogados    mas nós não seremos enredados na malha justiceira do Supremo. 
Figure-se:  a) a emenda dos falangistas foi promulgada; b) o Supremo Tribunal ainda não está “domesticado”. Então a Corte profere decisão condenatória contra membro da falange. Mas essa decisão, por mandamento constitucional, precisa de ser avaliada e referendada pelo Congresso. Pronto! “Juristas” da falange estufam o peito, impostam a voz e proclamam: a sentença do Supremo Tribunal não será comprida. A emenda acabará como letra morta quando a falange tiver maioria absoluta no Supremo, ou seja, quando as onze togas serão vestidas por onze falangistas, todos amestrados, é claro. Aí não será preciso aplicar as disposições da emenda, porque gente da falange, é claríssimo, jamais será condenada. Mas até lá... Eu, hein, Rosa? Seguro morreu de velho.    
Não se imagine que isso é pura ficção. Na Venezuela, um  Judiciário  bem amestrado, adiou por tempo indeterminado a posse de Hugo Chavez enquanto ele estertorava em Cuba. Ou seja, passou por cima da lei e, para dar tempo ao tempo, se fingiu de morta enquanto um interino geria a República. Quando as manobras chavistas estavam prontas, aí sim, se anunciou que o Chavez embalsamado cheirava a defunto antigo.  Depois veio a farsa da recontagem de votos que, como comentei no meu último texto, não passa de um engodo grosseiro. Na Bolívia, onde a Constituição não permite duas reeleições, o Judiciário amestrado decidiu que Morales pode, sim, ser presidente três, quatro, quantas vezes quiser; o argumento é uma pérola: Morales “refundou a República Boliviana” (!!!) e por isso a vedação constitucional não o alcança. A despirocada Viúva Kirchner está cuidando de amestrar o Judiciário Argentino. E por aí vai. É, gente, a Operação Abutre está em execução; a pleno vapor.




É onde eu te falo...       
  

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