Está nos jornais. Maduro, o interino, foi à igreja. E
lá estava, muito piedosamente a rezar quando
– ó maravilha! – Hugo
Chavez lhe apareceu em forma de pássaro
e lhe confirmou a unção bolivariana ao voar em círculos sobre a sua cabeça,
igualmente interina. Formulei três conjecturas sobre esse fenômeno, a saber: a)
apenas um delírio “madural”; b) uma pândega populista-eleitoral; c) um fato
realmente ocorrido.
Depois de muito assuntar, concluí pela terceira
hipótese: o fato aconteceu mesmo e Maduro falou a verdade. Os venezuelanos
incultos, vítimas de crenças mágicas e obstinados no saboreio de mofos ideológicos,
também acreditam nisso; mas a minha proposição tem raízes científicas. Para mim,
a informação de Maduro não só é factível: tem fundamento sério na História
Natural. Sabe-se que nos ares da Era Mesozóica reinaram bichos estúrdios, como
o Pteranodonte, que se vê na
ilustração acima – ser alado de rara formosura e, dizem os paleontologistas
versados em Zoologia Cenozóica, de extrema ferocidade.
Portanto,
Chavez pode, sim, ter virado um ser voador da classe dos Pterossauros. O que, de resto, lhe fica muito bem, considerando as
mutações a que estão sujeitos os seres
rudimentares. Maduro, na sua interinidade mental, confundiu o voador cenozóico
com andorinha, mas num ponto ele está absolutamente certo: Chavez, depois que a
sua múmia derrancou, retornou ao seu tempo, reassumiu sua forma prototípica e
deu de voar sobre a coitada da Venezuela.
Antigamente se dizia que o gay desmunhecante não
morria; virava purpurina. Hugo Chavez passou por essa estranha metamorfose: ele
agora se ostenta em dois modelos, ou versões: 1) no arquétipo de milhões de
anos atrás, voando pelas igrejas; 2)
como o boneco que substituiu, com claras vantagens, a múmia gorada. O boneco é
duplamente falso: por ser apenas um boneco e por não ter nada a ver com o
modelo original: na réplica, Chavez emagreceu, perdeu as deformidades naturais
da moléstia que o matou e, pasmem, até lhe restabeleceram os cabelos que a
radiação devastara.
É, sô! Por isso é que não descreio do que me afirmam
Rahjwapapuh, o faquir, e o venerável Adib Al-Moufaad Al-Fayat, derviche do
Hedjaz: existem coisas que custam a sumir; há outras que costumam até duplicar.
É onde eu te falo...
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