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domingo, 9 de dezembro de 2012

... Y LOS SUEÑOS, SUEÑOS SON ! (Calderón de La Barca, Séc. XVII)



            Deu nos jornais de hoje: gênios políticos querem que Dona Dilma construa uma nova embaixada do Brasil em Cuba. Justificativa desse formoso plano: era aspiração antiga de Niemeyer, que já em 1953 desenhara o respectivo projeto, em religiosa homenagem à memória do Santo Josef  Stalin. Assim e como o arquiteto morreu sem ver o seu sonho realizado, é digno e justo que o povo brasileiro enfrente os custos desse mimoso troféu à ditadura de Castro – o governo mais democrático da História do Planeta.
            Para uma nação milionária que tem caixa para presentear Evo Morales com um formidável complexo pago pela Petrobrás, realizar o sonho do Dr. Oscar é uma atitude tão prosaica quanto beber um copo de água. Como se diz vulgarmente, é despesa que “sai na urina”. E mesmo que não saia, a edificação de uma curvilínea embaixada em Havana muito contribuirá para a evolução da Humanidade. E os gênios poderão dizer, parodiando Cecília Meirelles, “o mundo ficou muito melhor depois dessa obra”. Que... obra!
            Mas, vá-se desenganando quem supõe que vai ficar só nisso. De fonte certa, ouvi que o andaço de presentear os chamados alinhados permanece exacerbado: além da embaixada de Havana, os mesmos gênios querem tirar da gaveta mais dois (na verdade, quatro) sonhos e projetos arquitetônicos de raras curvidades, a saber:
a) um SPA 50 estrelas, em Buenos Ayres, onde Cristina Kirshner tentará conter o galope das suas muxibas, já inescondíveis;
a’) um Salão Grená privativo da presidente argentina, que, já embonecada, poderá rebolar na coreografia feroz de suas “milongueras pretenciones”, com direito a Gardel e Piazzola.
b) um apocalíptico complexo de piscicultura, em Caracas, só de peixes de carne branca, para suprir a pantagruélica mesa de Hugo Chaves com toneladas diárias de ceviche;
b’) um “cebolal” de dez mil hectares, para suficiente produção das cebolas que vão temperar o ceviche do glutão, pois não se faz esse prato venezuelano sem bastante cebola, que é para o conveniente estímulo dos flatos .
Esses quatro empreendimentos – todos arredondados em vastas parálobas, ogivas e elípses - correrão à conta do Tesouro Brasileiro, da demarcação dos terrenos aos custos de pessoal e aos almoxarifados. O que não é demasia alguma, se a contrapartida é a realização de velhos sonhos ideológicos. Depois, vêm com as costumeiras arengas: falta dinheiro praísso, falta dinheiro praquilo e pranunseiquemais. Como se vê, o Brasil ainda é o campeão quando se trata de estabelecer as prioridades corretas.    

É onde eu te falo...

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