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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OTEATRINHO DOS HORRORES




            Quem já assistiu a filmes sobre o tempo dos Césares certamente leu, em cártulas e estandartes, a inscrição SPQR, ou seja, Senatus PopulusQue Romanus, Senado e Povo Romano, temas importantes... para Roma Antiga. É claro, o Senado Romano não era tão aperfeiçoado quanto o do Brasil de hoje; naqueles tempos o plenário e a mesa diretora da instituição senatorial romana não se adornavam - como hoje, aqui - com personagens de tão formosa linhagem.
Pontificou lá um tal Marco Pórcio Catão, vulgo o antigo. Ao que li e concluí, Catão era neurastênico, vagotônico e confuso, enfermidades que, também creio, desaguaram em exacerbações de fúria destruidora e bazófia, conseguintes naturais desse quadro patológico. Não passava um dia sem que ele, nas sessões do Senatus, deixasse de gritar: - Cartago deve ser destruída!
Até que Roma decidiu mesmo destruir Cartago, reino siciliano que batia de frente com o Império na corrida comercial; sem contar que os cartagineses se erguiam como sérios adversários militares. Ora, Mediterrâneo, Tirreno, Jônico e Adriático, eram um formidável escoadouro comercial que interligava negócios europeus, africanos e asiáticos, sem contar a relativa proximidade do Egeu e até do Mar Negro. Enfim, uma região de entrepostos fervilhantes de carga e descarga. A supremacia naval e comercial nesses mares era aspiração geral. Daí o mote da guerra: o comércio move o mundo; comércio gera dinheiro; dinheiro gera poder. Guerras, santas ou profanas, têm o mesmo DNA: a busca do poder.
Bom, Roma desabou sobre Cartago. Foram três incursões militares, denominadas Guerras Púnicas, nas quais ganharam a palma Amílcar, Aníbal, Cipião, o africano, alguns elefantes e outros atores que se repicaram nas ribaltas da História que se estudava no curso ginasial. A frase recorrente ganhou o mundo: - Cartago deve ser destruída! – berrava Catão, o antigo. 
Hoje, Ahmadinejad, o moderno, atazana o mundo esgoelando sem cessar: - Israel deve ser destruído! E enquanto esgoela explode rios de saliva hidrófoba, entre dentes arreganhados e esgares de furor demente. O iraniano se imagina reencarnação de Ciro, o persa, e finge que tem voz ativa. Na verdade é apenas um boneco manejado pelos aiatolás. Curiosamente, é imediata a ligação sonora entre o nome próprio Ahmadinejad  e o qualificativo manejado ...
Por sinistras razões, a Chancelaria brasileira (também a mando) aplaude freneticamente o bailinho do mamulengo aiatolínico  (seria aiatolítico ?). E se desvanece em copioso orgasmo ideológico ao vê-lo dançando suas desconjuntadas cirandas de guerra na ribalta dos ulemás iranianos que lhe movem os cordões. Esquecem-se os persas de hoje, também os aplaudentes brasileiros, que a guerra púnica do Iran contra Israel não seria tão laureada quanto as de Roma contra Cartago. Israel tem um dos melhores, se não o melhor, serviço de inteligência do Planeta, o MOSSAD. A dificuldade não leva o sapo a pular? Pois os judeus, costumadas vítimas de pogroms e raids punitivos, já não são a Geni  -  “joga pedra na Geni, joga bosta na Geni”. Quem não lembra? Daí, pode se desenganar quem pensa que o manejado pode destroçar Israel só com truculência e rosnados. Antes da iniciativa iraniana já o Knesset terá autorizado a imediata ação militar israelense; mesmo sem autorização do Parlamento, os discípulos de Moshe Dayan, o caolho, estarão em feroz arrancada contra a república teocrática dos persas modernos. “República” virou um termo tão avacalhado que até parece...
O que virá daí não se sabe. São inimagináveis as conseqüências dessa guerra. Segue-se que os poltrões inconsequëntes (todos eles) andariam melhor se assumissem posturas responsáveis, com atitudes sérias, dignas de verdadeiros estadistas. Mas, não. Ao invés, incentivam o manejado, como se ele fosse mesmo capaz de pulverizar Israel só com um berro. Inda uma vez lembro o ditado do passarinho que come pedra – aquela ave a que tanto me refiro em textos anteriores. Ai de quem não se precata.

É onde eu te falo...            

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