Quem já
assistiu a filmes sobre o tempo dos Césares certamente leu, em cártulas e
estandartes, a inscrição SPQR, ou seja, Senatus
PopulusQue Romanus, Senado e Povo Romano, temas importantes... para Roma
Antiga. É claro, o Senado Romano não era tão aperfeiçoado quanto o do Brasil de
hoje; naqueles tempos o plenário e a mesa diretora da instituição senatorial romana
não se adornavam - como hoje, aqui - com personagens de tão formosa linhagem.
Pontificou lá um tal Marco Pórcio
Catão, vulgo o antigo. Ao que li e
concluí, Catão era neurastênico, vagotônico e confuso, enfermidades que, também
creio, desaguaram em exacerbações de fúria destruidora e bazófia, conseguintes
naturais desse quadro patológico. Não passava um dia sem que ele, nas sessões
do Senatus, deixasse de gritar: -
Cartago deve ser destruída!
Até que Roma decidiu mesmo
destruir Cartago, reino siciliano que batia de frente com o Império na corrida
comercial; sem contar que os cartagineses se erguiam como sérios adversários
militares. Ora, Mediterrâneo, Tirreno, Jônico e Adriático, eram um formidável
escoadouro comercial que interligava negócios europeus, africanos e asiáticos,
sem contar a relativa proximidade do Egeu e até do Mar Negro. Enfim, uma região
de entrepostos fervilhantes de carga e descarga. A supremacia naval e comercial
nesses mares era aspiração geral. Daí o mote da guerra: o comércio move o mundo; comércio gera dinheiro; dinheiro gera poder. Guerras, santas ou profanas, têm o mesmo DNA: a busca do poder.
Bom, Roma desabou sobre Cartago.
Foram três incursões militares, denominadas Guerras Púnicas, nas quais ganharam
a palma Amílcar, Aníbal, Cipião, o
africano, alguns elefantes e outros atores que se repicaram nas
ribaltas da História que se estudava no curso ginasial. A frase recorrente ganhou
o mundo: - Cartago deve ser destruída! – berrava Catão, o antigo.
Hoje, Ahmadinejad, o moderno, atazana o mundo esgoelando
sem cessar: - Israel deve ser destruído! E enquanto esgoela explode rios de
saliva hidrófoba, entre dentes arreganhados e esgares de furor demente. O
iraniano se imagina reencarnação de Ciro, o persa, e finge que tem voz ativa. Na
verdade é apenas um boneco manejado pelos aiatolás. Curiosamente, é imediata a
ligação sonora entre o nome próprio Ahmadinejad
e o qualificativo manejado ...
Por sinistras razões, a Chancelaria
brasileira (também a mando) aplaude freneticamente o bailinho do mamulengo aiatolínico (seria aiatolítico ?). E se desvanece em copioso
orgasmo ideológico ao vê-lo dançando suas desconjuntadas cirandas de guerra na
ribalta dos ulemás iranianos que lhe movem os cordões. Esquecem-se os persas de
hoje, também os aplaudentes brasileiros, que a guerra púnica do Iran contra
Israel não seria tão laureada quanto as de Roma contra Cartago. Israel tem um
dos melhores, se não o melhor, serviço de inteligência do Planeta, o MOSSAD. A dificuldade
não leva o sapo a pular? Pois os judeus, costumadas vítimas de pogroms e raids
punitivos, já não são a Geni - “joga pedra na Geni, joga bosta na Geni”. Quem
não lembra? Daí, pode se desenganar quem pensa que o manejado pode destroçar Israel só com truculência e rosnados. Antes
da iniciativa iraniana já o Knesset terá autorizado a imediata ação militar
israelense; mesmo sem autorização do Parlamento, os discípulos de Moshe Dayan, o caolho, estarão em feroz arrancada
contra a república teocrática dos persas modernos. “República” virou um termo
tão avacalhado que até parece...
O que virá daí não se sabe. São
inimagináveis as conseqüências dessa guerra. Segue-se que os poltrões inconsequëntes
(todos eles) andariam melhor se assumissem posturas responsáveis, com atitudes
sérias, dignas de verdadeiros estadistas. Mas, não. Ao invés, incentivam o manejado, como se ele fosse mesmo capaz
de pulverizar Israel só com um berro. Inda uma vez lembro o ditado do
passarinho que come pedra – aquela ave a que tanto me refiro em textos
anteriores. Ai de quem não se precata.
É onde eu te falo...
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