De Vargas a
Jango, foi a casinha feita de guloseimas, como a da história de Joãozinho e
Maria; nos governos militares virou carro alegórico, cujo tema era o Tesouro de
Golconda, a instituição dos salários régios dos “Príncipes da República” –
título que antes pertencia aos antigos funcionários do Banco do Brasil; de uns
anos para cá é um “barracão de escola de samba”, onde o zabumba da bateria
marca evoluções de alas e passistas que dançam o lundu partidário. Eis, ao que
consta, a carreira da Petrobrás.
Passou por
mudanças de perfil mas (também consta) nunca se livrou
do seu estigma de nascença: a incompetência administrativa. A Petrobrás, como
os católicos, já nasceu com o “pecado original”, fadada à gestão de
apadrinhados sem tino – curiosos enfatuados com pose de gênios. Além
disso, consta que... Mas, não! Acho que estou dando muito ouvido ao que consta.
Creio que há exceções. Claro que há; sempre há, principalmente se procuradas
com uma poderosa lente de aumento.
Seja como
for, não se atina com todas as razões (verdadeiras, não de embromação) que
levam uma grande empresa, que vende produtos fundamentalmente essenciais para a
vida moderna, a viver em constante apertura financeira. Motivos há. Cessão
quase gratuita de combustível brasileiro a “países amigos”; conchavo
político-ideológico para presentear governo alinhado com o direito de invadir e
“nacionalizar” bilionárias instalações pagas pela empresa brasileira; desvio de
fundos para fins nebulosos, patrocínio de festivais de mau gosto, por exemplo,
estão entre esses motivos, conforme consta - fora os que... não constam.
A voragem
fiscal, típica do Brasil, leva o Governo a por as montadoras em regime de
produção de guerra, porque a ordem é explodir as estatísticas da compra e venda
de veículos. O país se transforma num apocalíptico novelo de carros que
trafegam dia e noite. O Brasil engarrafa; e não sai do lugar. Antes foi a ordem
aos bancos para financiar veículos em até 500 meses. Deixe que comprem! Brasileiro
é burro; não olha o custo do automóvel; só verifica se a prestação cabe no seu
orçamento! Ora, arrecadar é preciso; e
cada vez mais. Afinal, o custeio da máquina estatal hipertrofiada não é
batatinha. Pois não transformaram o Estado brasileiro num “vasto
paquiderme”? (a expressão é de Machado de Assis).
Então, a
inexorável lei de causa e efeito desce o porrete: malfeitorias geram malfeitos.
Políticas rudimentares não deságuam em mar de rosas. E assim o consumo de
combustível chega ao patamar da estupidez. Resultado: o Brasil não tem
combustível suficiente para enfrentar esse desatino. E la nave va...
E estou,
muito refestelado, lendo a minha VEJA, quando viro a folha e dou com quem? Será
que é a... Não, deve ser a... Pois não sei quem é. Parece uma improvável
mistura de Morticia Adams e Maga Patalógica, mas não sei. Não concluo até bater
os olhos na legenda. Ah, sim, agora reconheço. Ora, que memória a minha! É a
Graça Foster, presidente da Petrobrás, mandando aos brasileiros a sua doce mensagem
natalina: o preço dos combustíveis será majorado em 15% !!!
Disseram-me que ao Brasil falta tenência, além de um pouco de humildade. E fico pensando: seria
bom que os brasileiros se lembrassem das singelas verdades da gente do mato;
matutos e mateiros, sempre sábios, têm um lema como diretriz de vida:
“passarinho que come pedra sabe o cu que tem”.
É onde eu
te falo...
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