O mundo
ficou pasmo quando explodiu o affair Bill
Clinton/Mônica Lewinsky. Pudera! Fornicações não eram exatamente um hábito nos
tapetes da Sala Oval – nem mesmo, ao que consta, nas vielas escuras da Casa
Branca. No entanto, aconteceu. No torvelinho da tesão fulgurante, Mr. Clinton e
Miss Lewinsky se esqueceram (talvez nem o conhecessem) do ditado saborosamente
mineiro: “não se come a carne onde se ganha o pão”. Dizem que a coisa era brava.
Ao ponto de a águia-símbolo das armas americanas que, atrás da cadeira
presidencial, olhava para a esquerda, virou o pescoço para o outro lado e, por
conta de lumbago mal curado, está assim até hoje.
Não se
procede, mas correu que Mônica, a estagiária, até que não era lá muito fissurada
no presidente e que só deu uma de encantadora de serpente em razão do tremendo
poder do... quero dizer... da... dela... da própria. Ofídios são bichos
poderosos. É elementar : um sujeito que pode fazer e acontecer só com um telefonema,
pode igualmente - e o faz - arranjar benesses e outros prêmios, no mais das
vezes, imerecidos.
Meu velho
amigo, o faquir Rahjwapapuh, dá versão diferente. Segundo ele, indivíduo de largo
entendimento, a causa material do babujante episódio foi apenas uma questão de
afinidade musical: Clinton era ótimo saxofonista; Mônica, igualmente dada aos
concertos, não apenas soprava a clarineta com maestria, como – literalmente -
punha a boca no trombone. Ora, a união de sax, trombone e clarineta é, também
consta, uma invenção tipicamente americana, criada pelo bandleader Glenn
Miller, que estourou na época do swing. Portanto, nada mais natural que o par
chegasse, democraticamente, aos solos
e às harmonias republicanas. Sem
contar, acrescenta Rahjwapapuh, que Miss Lewinsky, quando esteve em Belém do
Pará, degustou um picolé de mandioca-brava, ao qual muito se afeiçoou.
O affair, que poderia ter severas
repercusssões políticas, foi contornado também graças à coragem de Clinton.
Cabra macho, aquele! Reuniu a Imprensa e confessou o seu deslize: teve, de
fato, “atitudes impróprias” com a gorduchinha polaca, erro do qual se
penitenciou e pelo qual pediu desculpas ao povo americano. Nada de negações
inconsistentes.
Agora, veja
como são as coisas. Nos Estados Unidos o “trem” é diferente; não apenas por
força da evolução mental, como também porque lá a mídia é feroz - e não quer
saber se as prevaricações oficiais envolvem figuras de proa: simplesmente solta
os cachorros nos calcanhares do prevaricador. Fosse numa dessas repúblicas de
ôba-ôba, os sabujos se esfalfariam nas famosas “blindagens” e o calhorda
viajaria para o exterior, gritando: “eu não sabia de nada”, e coisas
desse naipe. Como na velhíssima propaganda das massas Piraquê, “a diferença é a qualidade”...
Seja como
for, um acontecimento assim pode assumir contornos além do ridículo em si. Pode chegar
ao rudimentar monstruoso. Como? Ora, Clinton, um cara bem apanhado, escolheu
uma jovem polonesa deveras apetecível para os deleites salivantes; já um
desconchavado manipanço subvencionaria uma velhota sem viço para o papel de go-go girl presidencial. A Piraquê tinha
razão.
É onde eu
te falo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caso queira, faça contato direto por email: rubens2instancia@hotmail.com