Por mais enfadonho
que seja, o julgamento do Mensalão permanece sob os fachos da mídia. Mas, ao
que tenho ouvido nas rodas forenses, a comunidade nacional não deve ter muita
esperança de resultado a curto prazo, pois os famosos “pedidos de vista” antes
da sentença virão, é quase certo. Ao fundamento de que certos argumentos
levantados na tribuna merecem avaliação, esperam-se um ou dois pedidos de vista,
feitos até por ministros que já tenham voto pronto. Geralmente, o efeito maior desses
hiatos é o de atrasar a decisão final do plenário, em nome do “due process of
law”, ou devido processo legal.
Roberto
Jefferson, abatido e defecado, ruge diatribes contra Lula. Agora (e só agora)
ele afirma de pé junto, que o
ex-presidente sabia, sim e muito bem, da maromba do Mensalão - fato que negou
quando fez as denúncias do esquema de compra e venda de parlamentares. Não
proponho que Lula ignorava o tal esquema nem afirmo o contrário; afinal, eu não
estava lá pra ver. Mas o disse-não-disse do
Jefferson tem uma lição: denúncia pela metade é sempre temerária, já que
trapalhadas dessa natureza não costumam ficar para sempre encobertas. O
denunciante que não põe todas as cartas na mesa acaba, como um
quixote-de-meia-tijela, encarnando o “cavaleiro da triste figura”.
O Brasil
tenta, sem êxito, ser uma grande democracia ao estilo americano. Mas a questão
é de DNA. Os Estados Unidos têm alicerce inglês, e inglês, ao que consta, é um
coquetel anglo-saxônico-viking-normando, que tem a objetividade entre as suas
principais características. Já o Brasil adotou, nem podia ser o contrário, o
sistema legal português, excessivamente detalhista, marcado pela prolixidade e pelo nhenhenhém gosmento de
marchas e contra-marchas no curso do processo mais singelo. Navegando sobre
essa gosma que é o Direito Positivo Brasileiro, advogados criminalistas “deitam
e rolam”, sempre descobrindo uma fresta, que alargam, por onde enfiam as suas
famosas catimbas forenses. O Brasil tem duas grandes enfermidades que não constam do Código Internacional de Doenças: voto secreto e
leis escorregadias. Será que isso vai mudar?
Os jornais
de hoje - como os de ontem, acusadores implacáveis ou afagadores compassivos -
falam do natalício de Fidel Castro. Para eles o aniversariante não é ditador; é
“comandante”. Esse título, na voz do povo, tem duas faces - uma de ordem vocabular: comandante é quem comanda e isso Castro faz desde 1959, comandando com mão de ferro uma ditadura anacrônica e vulgar; outra de ordem patológica, como já disseram por aí:
Castro é um caquético comatoso, encarnação do “coma que anda”, ou “coma
andante”. Acho que isso é falta de piedade com um ancião. Mas omiti-lo da lista
onde têm assento perpétuo Videla, Pinochet, Mao, Assad, Kadaffi e outras
pérolas, é atitude de extrema compassividade ideológica...
É ONDE EU
TE FALO....
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