Considerando
a mania antiga de dizer que qualquer um é “meu próximo”, de quantos conselhos
inexeqüíveis já ouvi, nenhum é tão absurdo quanto “amar o próximo” – quando não se distingue
esse próximo. Há próximos a quem se deve amor e “próximos” que, até por não
serem próximos, merecem o inferno em vida e depois dela. Não é meu próximo, por
exemplo, um boçal torpe que faz o mundo feder só por existir; e que fala pela
bunda. Não posso amar uma coisa assim; nem os que aplaudem essa coisa – igualmente
torpes e boçais. Esses não são gente, mas algo que torna sublime o nojento resultado
do purgante intestinal. Quem (tirante ela própria) pode amar a... merda infame?
Essas excrescências, uma praga,
não pertencem ao gênero humano; nem se catalogam como integrantes do mundo
animal; animais são seres maravilhosos, que merecem respeito. Portanto, não
sendo gentes nem animais, não podem ser amados. Quando Voltaite, o ilustre,
recomendou: “Écrasez l’infame!” – massacrai o infame – ele usou “infame”
referindo-se ao poder que tinha a Igreja para prender, torturar e matar. De
fato, infâmia em grau superlativo. No entanto, menor que a dos torpes boçais.
Essa chusma comete crime de lesa-humanidade só por respirar o nosso oxigênio.
A Igreja, que assou milhares
de “próximos”, bem que podia tomar tenência e
retomar o seu antigo poder de eliminação dolorosa e definitiva – mas, entenda
bem, exclusivamente para aplicar o seu furor piromaníaco sobre as excrescências
acima referidas, tostando-as, vivas, nas labaredas purificantes. A purificação,
aí, não seria das excrescências, porque essa coisa não se purifica jamais; o
mundo é que seria purificado. Alguns dão a isso o nome de “profilaxia social”.
Seria ótimo, mas tão perigoso quanto uma acha de fogo num barril de nafta: os
pirômanos são muito responsáveis pelo alastramento da praga.
É onde eu te falo...
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