A Walmo Soares Vianna, que dentre outros predicamentos, é violonista de alto nível, faixa preta e até oftalmologista.
Lançado pela editora Civilização Brasileira, “As Duas
Guerras de Vladmir Erzog” - o jornalista judeu iugoslavo, que ultimamente vem se
hospedando nos jornais. Pessoalmente, jamais acreditei que ele se tenha
enforcado com um cinto. Da mesma forma que não engulo o “suicídio” do
inconfidente Cláudio Manoel da Costa, notoriamente morto junto à estante
(fio-me em documentos da época) em que ele teria atado aos cadarços em que se
enforcou.
O que me
faz descrer desses suicídios? A obviedade. O jornalista e o inconfidente tinham
os pés à altura do chão. Ora, o que mata o enforcado nem é a asfixia, mas a quebra do
pescoço, provocada pelo tremendo arranco do laço enquanto o executado cai em
queda livre. Ninguém, eu acho, se esganaria puxando o pescoço contra a corda
até que os pulmões arrebentassem por falta de oxigênio; o instinto de
conservação o faria desistir na última hora. Aliás, li que os suicidas, no
último instante, quando a situação já é irreversível, se arrependem do seu
gesto. Portanto, para mim e independente do que possam achar, Erzog e Cláudio
Manoel foram prosaicamente assassinados.
Conforme entendo, o autor do
livro, Adálio Dantas, acaba situando que o jornalista não deve ser elevado aos
píncaros de mártir só porque teria sido assassinado no DOI-Codi, mas
colocando-o, ao que me passa, na condição de protomártir da luta contra a censura que o governo militar impunha
às publicações jornalísticas. Concordo. A esquerda festiva adora um mártir,
inda mais quando ele faz parte do seu coro ideológico; um mártir bem
administrado rende saborosos dividendos políticos. Mas Erzog foi, e isso deve
ser ressaltado, a primeira vítima imolada na escaramuça contestatória da
censura, justa razão para que seja devidamente enaltecido e lembrado. Oxalá os
brasileiros se guiem por essa luz, ao invés de - como lhes vêm ensinando os
corvos ideológicos - considerá-lo, num reducionismo cretino, apenas como
opositor ao governo militar. Vladmir Erzog lutou contra a censura, não, própria
e simplistamente, contra um regime de exceção.
Agora, vem
cá. O lulopetismo, comandado por José Dirceu, tentou n vezes implantar a mesma censura no Brasil, sob a rubrica de
“controle social da mídia” – eufemismo canalha para censura jornalística. Não é
de rachar? Essa desgraça só não aconteceu graças à Imprensa e a Ministros do
Supremo Tribunal Federal; aquela, através de artigos e editoriais combativos;
estes, pela advertência pública sobre a merdeza político-intelectual de
semelhante “controle”. O Parlamento, esse, por si, pouco fez.
Por isso é
que digo: a imprensa livre e a “longa manus” da Justiça (se igualmente livre de
magistrados comprometidos) são os verdadeiros garantes da Democracia. Dirceu, o
mandarim do lulopetismo, aprendeu com Castro e com os ogros da Duma Soviética
que só podem circular publicações afinadas com a “intelligentzia” oficial. O
Pravda, na Rússia Soviética, e o Granma, em Cuba, são os grandes exemplos desse
tipo de imprensa – que não é Imprensa
(com “i” maiúsculo), mas reles variação do papel higiênico (usado)...
Então,
pergunto: se o tal “controle social da mídia” houvesse sido implantado no
Brasil, quem seria a segunda versão de Vladmir Erzog? “Pravda” em russo,
significa “verdade”, ao que me informam. Pois é, existe mais de uma verdade.
Segundo as Novas Escrituras, Cristo teria perguntado: Quid est veritas? - o que é a verdade? Ora, responda, você.
É onde eu te falo...
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