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domingo, 14 de outubro de 2012

O QUE É A VERDADE ?



            A Walmo Soares Vianna, que dentre outros predicamentos, é violonista de alto nível, faixa preta e até oftalmologista.

            Lançado pela editora Civilização Brasileira, “As Duas Guerras de Vladmir Erzog” -  o jornalista judeu iugoslavo, que ultimamente vem se hospedando nos jornais. Pessoalmente, jamais acreditei que ele se tenha enforcado com um cinto. Da mesma forma que não engulo o “suicídio” do inconfidente Cláudio Manoel da Costa, notoriamente morto junto à estante (fio-me em documentos da época) em que ele teria atado aos cadarços em que se enforcou. 
            O que me faz descrer desses suicídios? A obviedade. O jornalista e o inconfidente tinham os pés à altura do chão. Ora, o que mata o enforcado nem é a asfixia, mas a quebra do pescoço, provocada pelo tremendo arranco do laço enquanto o executado cai em queda livre. Ninguém, eu acho, se esganaria puxando o pescoço contra a corda até que os pulmões arrebentassem por falta de oxigênio; o instinto de conservação o faria desistir na última hora. Aliás, li que os suicidas, no último instante, quando a situação já é irreversível, se arrependem do seu gesto. Portanto, para mim e independente do que possam achar, Erzog e Cláudio Manoel foram prosaicamente assassinados.
            Conforme entendo, o autor do livro, Adálio Dantas, acaba situando que o jornalista não deve ser elevado aos píncaros de mártir só porque teria sido assassinado no DOI-Codi, mas colocando-o, ao que me passa, na condição de protomártir da luta contra a censura que o governo militar impunha às publicações jornalísticas. Concordo. A esquerda festiva adora um mártir, inda mais quando ele faz parte do seu coro ideológico; um mártir bem administrado rende saborosos dividendos políticos. Mas Erzog foi, e isso deve ser ressaltado, a primeira vítima imolada na escaramuça contestatória da censura, justa razão para que seja devidamente enaltecido e lembrado. Oxalá os brasileiros se guiem por essa luz, ao invés de - como lhes vêm ensinando os corvos ideológicos - considerá-lo, num reducionismo cretino, apenas como opositor ao governo militar. Vladmir Erzog lutou contra a censura, não, própria e simplistamente, contra um regime de exceção.
            Agora, vem cá. O lulopetismo, comandado por José Dirceu, tentou n vezes implantar a mesma censura no Brasil, sob a rubrica de “controle social da mídia” – eufemismo canalha para censura jornalística. Não é de rachar? Essa desgraça só não aconteceu graças à Imprensa e a Ministros do Supremo Tribunal Federal; aquela, através de artigos e editoriais combativos; estes, pela advertência pública sobre a merdeza político-intelectual de semelhante “controle”. O Parlamento, esse, por si, pouco fez.
            Por isso é que digo: a imprensa livre e a “longa manus” da Justiça (se igualmente livre de magistrados comprometidos) são os verdadeiros garantes da Democracia. Dirceu, o mandarim do lulopetismo, aprendeu com Castro e com os ogros da Duma Soviética que só podem circular publicações afinadas com a “intelligentzia” oficial. O Pravda, na Rússia Soviética, e o Granma, em Cuba, são os grandes exemplos desse tipo de imprensa – que não é  Imprensa (com “i” maiúsculo), mas reles variação do papel higiênico (usado)...
            Então, pergunto: se o tal “controle social da mídia” houvesse sido implantado no Brasil, quem seria a segunda versão de Vladmir Erzog? “Pravda” em russo, significa “verdade”, ao que me informam. Pois é, existe mais de uma verdade. Segundo as Novas Escrituras, Cristo teria perguntado: Quid est veritas? - o que é a verdade? Ora, responda, você. 
             
               É onde eu te falo...
    

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