Nos manuais
de Teoria Geral do Estado se aprendia um truísmo-chavão: “Nação é o Estado
politicamente organizado”! E tome estado-isso, estado-aquilo, uma lista enorme,
tão ao gosto dos teóricos antigos. Acrescentei a esse rol duas modalidades: o estado croupier e o estado tico-tico. Croupier é o sujeito que, nos cassinos, dirige a
banca e recolhe as apostas; e o tico-tico é aquele passarinho praticamente
extinto. O Brasil é representante universal dessas duas modalidades.
O Estado Brasileiro banca dezenas
de jogos de azar, no que arrecada uma fábula para financiar malandros públicos
e privados; são os concursos loto-isso, loto-aquilo, em cuja lisura muitos não confiam.
É o estado croupier. Por outro lado, consta que o godero (ou chupim),
passarinho malandro, invade o ninho do tico-tico e lhe destrói os ovos para
nele botar os seus próprios, os quais são chocados pelo dono do ninho. Bem ao
feitio brasileiro. Gente que não tem onde cair morta procria enfezadamente,
deixando ao Estado o encargo de manter suas crias. É o estado tico-tico, que a
pretexto de distribuir renda, financia a irresponsabilidade sexual dos goderos.
Esse negócio chamado Estado é um
caso sério. Tão sério quanto os teóricos publicistas que arrolam, entre as
modalidades estatais, o chamado estado teocrático. O croupier e o tico-tico são
modalidades daninhas, cujas desgraças potenciais se vão acumulando para
explodir a longo prazo; mas o teocrático, esse é uma bomba-relógio, que pode
estourar a qualquer momento. O estado teocrático é também regido por leis, mas
leis religiosas, não seculares ou profanas. A teocracia tem um dono, bambambã especial que tem contato direto com uma divindade, da qual ele é
intérprete e confidente. Assim, pode decretar o que lhe der na cabeça, alegando
que são ordens da tal divindade. Um trem doido!
Israel, além das suas crises
externas, lida com um sarilho doméstico que pode azedar mais suas aguadas démarches diplomáticas pela paz: o
Partido Kadima, ninho de judeus ultraortodoxos, rompeu com o Governo Netanyahu.
Motivo: o Parlamento hebraico discute o projeto que acaba com a regalia dos
fanáticos religiosos quanto à prestação do serviço militar. Judeus
ultraortodoxos são isentos do serviço militar, que em Israel dura dois ou três
anos, privilégio que o Estado quer extinguir – não só por pressão da própria
comunidade israelita, mas também pela situação nacional relativamente aos seus
vizinhos ismaelitas.
Israel e Ismael brigam há milênios. Sarah, mulher de Abrahão, tinha o ventre seco; Abrahão, galo reprodutor, emprenhara Agar, donde o nascimento do pequeno Ismael; tudo ia bem até que Sarah, por ordem divina, concebeu Isaac; imediatamente Abrahão repudiou a amante Agar e o pimpolho Ismael, expulsando-os da tribo. A partir daí começaram as escaramuças.
Israel e Ismael brigam há milênios. Sarah, mulher de Abrahão, tinha o ventre seco; Abrahão, galo reprodutor, emprenhara Agar, donde o nascimento do pequeno Ismael; tudo ia bem até que Sarah, por ordem divina, concebeu Isaac; imediatamente Abrahão repudiou a amante Agar e o pimpolho Ismael, expulsando-os da tribo. A partir daí começaram as escaramuças.
Tirante qualquer juízo sobre às
políticas israelenses, uma coisa é certa: Israel vive em permanente estado de
guerra. Certo ou errado, Israel está em guerra e nessa contingência precisa,
como qualquer nação em guerra, das suas forças armadas. Então é estranho e inadmissível,
que uma determinada casta israelense cruze os braços e se escuse de pegar o
fuzil. Afinal, como no adágio, guerra é guerra...
Bom, cada um se entende a seu
modo – dizia André Cavaleiro na Ilustre
Casa de Ramires, pela pena do iluminado Eça. Mas por que os ultraortodoxos
não querem vestir a farda e portar os petrechos de guerra? A resposta é
simples, dada pelos líderes ainda mais ultraortodoxos que o seu estático
rebanho: “Os nossos jovens religiosos servem à nação por meio de estudos e
orações” !!!
Pois é. Reza e leitura da Torah
“fecham o corpo”: se guerreiro palestino (por exemplo) aponta a metralhadora
contra um desses jovens estudiosos/rezadores; bastará que este se esconda atrás
do rolo da Torah e grite: “No dia da adversidade me esconderei no pavilhão do
Senhor!” Pronto. Está a salvo das balas!
Fico a imaginar o destino de Israel
governado pelo Kadima. Mazel Tov, Kadima!
É onde eu te falo...
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