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segunda-feira, 30 de julho de 2012

DOENÇA AINDA SEM CURA


Coisa repulsiva é essa excrescência chamada ditador. Nestes tempos de Século XXI, esse bicho deveria ser apenas um verbete no dicionário das monstruosidades para sempre extintas. No entanto, ainda existem ditadores; que vingam graças ao atraso dos povos. A Humanidade precisa evoluir muito antes de erradicar essa praga, mas esse estágio de evolução não se vislumbra nos horizontes do Planeta.
Kadafi, Ceausesco, Brejnev, Pinochet, Mao et caterva, esses, felizmente, já foram pra casa do... pra bem longe; mas ainda devem ao mundo o seu último suspiro fedorento alguns ditadores, inclusive os que amargam prisão perpétua e aqueles que a mídia incensa com o título de... presidente !!!
A bola da vez entre os ogros que não largam o osso, é um sírio. A simpática Síria, que nos mandou tanta gente boa e culinária saborosa, definha a olhos vistos. Cidades, como a generosa Alepo parece a Berlim que os russos devastaram em 1945: um monte de escombros com cheiro de cordite. A guerra civil está em plena efervescência, enquanto a ONU, inoperante e boba, manda os seus fantoches passear nas áreas de conflito a pretexto de arrumar a paz.
Os aproveitadores da guerra - da qual eles próprios acenderam o estopim - já escolheram os seus lados e, como sempre ocorre, usam a Síria como palco das suas quesílias econômico-ideológicas. E dançam a cirandinha de sempre, entre rodeios falsos e muita conversa fiada. Na verdade, os dois polos estão naquela de "eu quero é txum, eu quero é txa..." 
Como o mundo já viu e sentiu, ideologia é um tipo de câncer sem cura. Não há ideologia que preste; todas são podres e fedem mais que o lendário enxofre que, segundo os padres de Idade Média, o Capeta exalava. E o povo sírio lá, morrendo como moscas ao redor das suas casas arruinadas, “ a padecer jugo e vitupério do torpe ismaelita cavaleiro” (apud Camões).     
 Ditaduras são ditas, mas não duram, porque ditadores - que bom! - morrem. Ainda que  tardiamente, como é o caso de alguns, carcaças insepultas, que vivem..., ou melhor vegetam, arrastando os pés, tossindo seco e engrolando palavras ininteligíveis nas bocas desdentadas, onde o cuspe nojento se mistura às gosmas do catarro - inescondível sinal de degeneração. Eternos, como preconizou Mr. James Bond, só os diamantes... 
A boa perspectiva é que o ditador sírio também vai sif..., quer dizer, se danar, mais cedo ou mais tarde. A previsão ruim é que, quando isso acontecer, a Síria acabará entrando no mesmo desatino do Egito e da Líbia, quando os adversários da ditadura, enfim vencida, começarem a brigar entre si pelo poder. Isso não muda.

  É onde eu te falo...
                    
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