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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

DEMOCRATAS E NEFELIBATAS - impropriedades vocabulares


  A)             Dona Tereza Cruvinel, se não está devastada nas agonias de um climatério enfezado, surtou de vez. Na esmagadora opinião da comunidade mundial Hugo Chavez é nada além de um reles ditador, qualificação que a dita senhora, no “Estado de Minas” de ontem, contesta com uma pérola mal costurada: segundo ela, o açodado venezuelano não é ditador, já que ele sempre governou dentro da “ institucionalidade existente ” !!!
Institucionalidade existente... Para não usar uma locução interjetiva de caçanje, digamos: - Papagaio! 
Dona Tereza finge ignorar que a “institucionalidade venezuelana” foi arranjada conforme a vontade do próprio Chávez, cujos maiores predicamentos – além da feiúra extrema – são a arrogância e a velha prepotência bolchevista. Ora, faça-me o favor! Então, o sujeito arruma a golpes de foice uma “institucionalidade” deformada, que impõe à nação a golpes de martelo e, se governar dentro dessa institucionalidade  não pode ser considerado ditador... Ô dona Cruvinel, tem dó, né?
O verme Stalin tinha lá, também ele, a sua institucionalidade; o sifilítico Hitler, igualmente; os ferozes Videla e Pinochet, idem; até Castro, o das gosmas caquéticas, impôs a Cuba a sua... institucionalidade. Portanto, o que vale ter em mente são as características da institucionalidade. Na matilha de lobos, como entre as hienas, mesmo na tribo dos macacos de Tarzan, há uma. Viu o que faz a diferença, Dona Tereza? 
           Segue-se, pois: é pura falácia a sua informação de que “a democracia venezuelana” está aparelhada para enfrentar bem o desaparecimento de Chavez. Que democracia, madame? 
                                                                       
B)           Quando Roberto Jefferson pôs a boca no trombone e divulgou o “mensalão”, a guarda pretoriana do Governo se eriçou no Congresso. E os parlamentares – envolvidos ou coniventes – esgoelaram diatribes e maldições, não somente contra a oposição impassível, mas contra qualquer brasileiro naturalmente estupefato diante das safadezas até então escondidas no fundo da Geena Brasiliensis. Eles achavam que o só fato de assuntar sobre a inteireza moral do Governo era justa razão de insultar o duvidador.
Naqueles dias escuros, que uma oposição vadia, ou de rabo preso, tornou trevosos, um dos oradores mais candentes na negativa de trapaça entre Executivo e Parlamento era Roberto Saturnino Braga. Com um colarinho três números acima e, supõe-se, sem Corega na dentadura, ele, entre nuvens de perdigotos, berrava como se atacado por mil escorpiões: “É tudo uma deslavada mentira! Não somos nefelibatas!”
Pedi socorro ao Aurélio. Nefelibata... Ora, essa! Quem vive nas nuvens está lá em cima; no fundo da latrina, lá em baixo, não há mesmo nenhum... nefelibata.

           É onde eu te falo...                                                                                  

            

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