A diligência da Wells Fargo corre
pela estrada poeirenta rumo a Sacramento. Então, numa curva súbita surgem
bandoleiros mascarados que pretendem roubar o cofre. Eles trazem sob os olhos
lenços que lhes cobrem o rosto dos olhos para baixo. Aí matam o cocheiro e o
guarda, mais um ou dois passageiros, pegam o cofre e somem.
No fim,
apesar das máscaras, os meliantes são descobertos e, enquanto bebem no saloon, são devidamente abatidos pelo
eficiente Colt Navy .45 do “mocinho” - que ganha a filha única do fazendeiro
rico ou a herdeira espoliada pelo banqueiro sem-vergonha. Saborosas e recorrentes cenas nos velhos westerns que se assistiam com um saco de
pipoca e outro de amendoim pralinê - igualmente saborosos.
Nas
películas de Hollywood, a máscara era um expediente para ocultar a identidade
do vagabundo. E assim na vida real; mas antigamente. Hoje os criminosos usam
malhas que lhes cobrem toda cabeça, deixando apenas aberturas por onde espiam o
desenrolar do crime. Isso quando eles fazem questão de ficar incógnitos; há
salafrários que não têm essa preocupação. Cínicos, agem de cara limpa. Brasília
está “assim” deles.
É de ver
como o mundo evoluiu! Outrora os tralhas queriam o anonimato, pois tinham medo
da lei. Hoje, nem tanto, embora receiem a exposição na mídia e, ultimamente, os
juízos criminais que, depois da Ação Penal n. 470, deram de ficar menos
tolerantes.
O
Ministério Público é um órgão enfezado. Age com denodo contra os canalhas
brasilienses – não apenas nos libelos acusatórios, mas, e principalmente, nas
investigações que fazem em prol do interesse público. Sim, porque o órgão também
tem o poder da investigação criminal. Aliás, é o que vem decidindo o Supremo
Tribunal Federal, por exemplo, no julgamento publicado em 22/10/09, sob
relatoria do Min. Celso de Mello.
No entanto,
e até porque existem decisões em contrário, “Brasília” se precata: nasce o
projeto de lei cuja finalidade é retirar, aberta e definitivamente, essa
competência do Ministério Público.
Claro! Se
investigam a fundo e conforme o “doa a quem doer”, muito vagabundo travestido
de “Varão de Plutarco” pode ser “desmascarado” e condenado a qualquer momento,
embora criminoso desse naipe não use -
literalmente falando - máscara. É de espantar? Não. Canalhice é mal sem
cura. E assim, safados ilustres - autores e defensores desse projeto - consideram
que é um grande perigo para a República deixar o Ministério Público vasculhar o
lixo brasiliense. Esse povo não tem limite. Parece coisa da Infâmia & Cia.
Ilimitada.
Os
brasileiros poderiam, mesmo, levar a cabo - objetiva, literal, radical e
materialmente - o conselho de Voltaire: Écrasez
l’infâme ! – esmagai o infame!
É onde eu
te falo...
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