A gente somos inútel! Inútel. A
gente não sabemos escolher presidente! A gente não sabemos tomar conta da
gente! A gente não sabemos nem escovar os dente! A gente somos inútel!
Essa grita do Ultraje a Rigor é
velha, mas a gente continua “inútel”. Não se esperava mais de uma gente
entupida de “cidadania”. Foi o que fizeram com o brasileiro: despejaram-lhe
baldes de “cidadania” pela boca, até vazar no rabo e dessa terapia safada
surgiu um ser perfeitamente brasileiro, a verdadeira “brava gente brasileira” -
rebotalho “inútel” , ao qual, como vítima de nefasto assistencialismo,
basta comer e evacuar.
Grafei entre aspas a cidadania
derrancada com que o Governo moldou esse tipo disentérico-cidadão. Intoxicado
de bolsas, contenta-se com os caraminguás “democráticos” custeados por
empréstimos absurdos tomados da rede bancária, do que resulta impagável
gigadívida interna. E os babacas acham que tudo está muito bem. Para cérebros
do tamanho de um grão de painço está mesmo. Afinal, o bicho é ignorante e imediatista.
Sociólogos de galinheiro, para
justificar a diarréia de bolsas, dizem que essa ignorância e esse imediatismo
vêm do longo tempo de obscuridade social.... Concordo, até. Discordo é da
canalhice de se aproveitar dessa situação. Ao invés de dar cultura séria e
meios de renda, dão-se bolsas. Aí o sujeito permanece ignorante, remedeia o
estado de penúria e se torna manipulável. Que candidato malfeitor não quer um
colégio eleitoral desse naipe? Si o povo ficá isperto num vota mais ni nóis,
né?
Daí, tome bolsa! É
bolsa-geladeira, bolsa-gás, bolsa tpm, bolsa-mau hálito, bolsa-crak,
bolsa-disfunção erétil, bolsa-menopausa, bolsa-isso, bolsa-aquilo. Então, o
paspalho, afagado por esses enganosos carinhos-de-serralho, acha que isso é
cidadania. Sem contar que, além de ignorante, o paspalho é malandro: não
percebe aonde o velhaco do Governo quer chegar, mas tem a malícia inata do
acomodado que canta: deixo a vida me levar, vida leva eu... Quem não se lembra
daquele sujeito que cantava: não quero outra vida pescando no rio de jereré ?
Pois é assim. Nessa modalidade de vida, o malandro do jereré dizia: se compro
na feira feijão, rapadura, pra que trabaiá?
E continua o baile. Povão burro é
um manjar celeste para certos governantes. Pois um trânsfuga desenganado, que vegeta
ao lado do caixão aberto, não governa certa nação? Um caduco mumificado
não governa uma outra - por interposta pessoa? Não tem uma aloprada que para
disfarçar a sua incompetência vive desafiando certa marinha de guerra que já
mostrou do que é capaz? Tem exemplos de sobra; tem de tudo. E esse “tudo” vai
continuar defecando na retranca - no que é phd – enquanto as enfermidades
sociais forem cultivadas e os enfermos, na sua burrice, estiverem gostando; e
achando uma beleza. Até a casa cair, o que um dia vai acontecer. Vai achando,
vai, ô mané... Famoso poeta notívago, que ia dormir quando “o apito da fábrica
de tecidos vem ferir os meus ouvidos”, já avisou, faz tempo: quem acha vive se
perdendo.
É onde eu te falo...