Pois é. Presidente da República vem a Belo Horizonte. A
autoridade visitante e a autoridade anfitriã não sabem disso, e talvez nem
liguem ao saber, mas são amaldiçoadas milhões de vezes. Por quê?
Porque a cidade vira um merdeiro só. Engarrafamentos quilométricos,
brigas em profusão, vida infernizada, prejuízos, compromissos descumpridos,
adrenalina aos baldes e outros vitupérios são o primeiro resultado dessas
visitas, que bem poderiam ser feitas sem o alarde entojado que cerca esses
eventos.
A questão é: por que o governador tem que receber a
autoridade federal no Palácio da Liberdade, no coração da cidade? Pombas! Ele
tem o Palácio das Mangabeiras, um lugar inexpugnável; tem a Cidade
Administrativa que o outro deu na sapituca de construir lá nos confins; tem à
sua disposição brigadas de guardiões armados; e tem helicópteros à vontade para
transitar pelos ares, sem transformar a vida da Capital num flagelo.
Mas, não. Parece que um e outro precisam do “saibam
todos”: “Gente, eu vim falar com os mineiros! Gente, o Governo Federal veio me
ver!”
Ora, façam-me o favor, senhores! Que coisa mais infantil
e desnecessária, que antipatia! Um pouco de discrição e de tenência faz bem a
todos os mortais. Ou eles acham que não o são? De todo modo, é bom precatar. Os
antigos dizem que é bom não facilitar: maldição por atacado é um caso sério.
Depois o sujeito pega um trem bravo aí, e não sabe por
quê. Não, né?
É onde eu te falo...
Realmente, é sempre assim: uma visitinha de autoridade, tipo pé lá outro cá, é suficiente para a cidade virar um pandemônio.
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