O Brasil e os brasileiros, até
por gratidão, têm o dever cívico de defender e enaltecer a Imprensa. Não faz
muito tempo, a mídia vem “soltando a franga”, perdendo o medo de por a boca no
trombone. Com isso fez a Nação acordar. Foi como a campainha do despertador. O
povo que dormia - em berço não tão esplêndido, mas bem
comodista - acordou, jogou as cobertas para o alto e gritou: - Isso
mesmo! Cauterizem os podres governamentais! Abram os armazéns onde se empilha a
canalhice que desconhecíamos!
E grande parte da comunidade
nacional (os que tem acesso à informação) passou a devorar os jornais à cata
das mazelas do dia. Entre perplexo e vexado, o povo sentiu na boca o travo da
culpa de ter sido tão conivente, e tão alienado, diante da enxurrada de
maroscas que se praticavam dia e noite
nos porões e salões dos Poderes da República.
Sozinha, a imprensa americana
destronou Mr. Nixon. Quem pode, pode.... A mídia nacional ajudou, sim, a
derrubar governos, mas não foi ela quem acendeu os estopins. Independente de
cogitações sobre a prestância dos Governos Vargas e Goulart, por exemplo,
é certo que eles caíram também pela mão da mídia; mas a alavanca da queda de
Getulio foi a tempestade armada por Carlos Lacerda, como a de Jango se deveu à
inquietação militar, abertamente empalmada por alguns governos estaduais. A
mídia só fez divulgar o que se tramava; e, não há negar, jogando algum sal nas
feridas... que já encontrou abertas.
A Imprensa não existe para
destruir governos. Mas, como titular da informação, não pode se limitar a
superficialidades. Tem o dever de ir a fundo na podriqueira oficial. Vejam-se
os Ministérios Nacionais, onde Fulano manda hoje e Sicrano amanhã. É elementar:
não fosse a exposição dos malfeitos desses ministros destituídos, eles ainda
estariam lá, na sua cátedra ministerial, metendo os pés pelas mãos e arrotando
honestidade. Então, palmas para a Imprensa, em lugar de censura; ou de
"regulações" como andam rosnando por aí. Ela já sofre as suas
limitações naturais...
Só não me venham dizer que a senvergonhice é uma novidade nas Cortes Brasileiras. Muitas
falcatruas foram costuradas também nos governos anteriores, desde Deodoro. Se
as havia no Império, não sabemos, porque a Imprensa ainda não cuidou desse
tema. Mas as duas Repúblicas não passarão ilesas e envoltas em mantos
santificados. Seja como for, antigamente as trapaças eram menores e mais
espaçadas; havia mais medo e a safadeza não era endêmica. Era episódico o que
hoje é institucional.
Hoje, desde a soltura da franga, a Imprensa não é
só informadora; virou uma ratoeira muito eficaz: vasculha; investiga; não fecha
nariz e olhos; acende lanternas na escuridão governamental; usa lupas de alta
capacidade e, ainda que a poder de fórceps, traz à tona o pus fedorento que
envenena os Poderes Estatais.
Sendo assim, faço as seguintes
proposições:
a) Para o seu Ministério, D.
Dilma Rousseff só escolhe essas coisas;
b) Não há outras coisas dentre
as quais ela possa escolher;
c) “a” e “b” são corretas;
d) Nenhuma das proposições
acima é correta.
É onde eu te falo...
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